26 de maio de 2021
Mateus Quevedo
MPA Brasil | Candiota (RS)
Na manhã desta segunda-feira, 24, o programa informativo do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) recebeu a participação de Fabiola Antezano, dirigente sindical do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal e Secretaria de Energia da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU) que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e de Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro de Minas Gerais e diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
O debate em torno da defesa das duas estatais do setor energético se dá devido a dois acontecimentos importantes. Na quarta-feira passada, a Câmara dos Deputados aprovou, por 313 votos a 166, uma medida provisória que viabiliza a venda da Eletrobras. A Eletrobras é a maior empresa de geração de energia elétrica da América Latina, que detém 50% das reservas de água do território brasileiro. São 47 empreendimentos no país, de norte a sul.
O outro acontecimento foi a greve iniciada por 150 trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás Biocombustíveis. O movimento organizado pela Federação Única dos Petroleiros tem como intuito a manutenção dos empregos da subsidiária que está em processo final de privatização. A PBio nasceu com o objetivo de incorporar o país num novo ciclo de combustíveis, inserindo a agricultura camponesa familiar como protagonista no processo, além de desenvolver novas tecnologias para aproveitamento múltiplo de matérias primas.
Segundo Fabiola, a primeira ação do governo Bolsonaro para privatizar a Eletrobras foi no corte de investimentos para o desenvolvimento regional. “Esta foi uma determinação do governo federal quando eles constataram que boa parte da resistência à privatização vinha exatamente deste papel de desenvolvimento e integração regional”, alerta a eletricitária. Outra ação foi a mudança estatutária da empresa de energia no início deste ano, “na qual a Eletrobrás não é mais detentora do programa Luz Para Todos, programa que universalizou o acesso à luz elétrica nos rincões deste nosso país”, completa.
Se o senado aprovar a MP 1031, a MP do apagão, a Eletrobrás passará a comercializar de R$65,00 o megawatts por hora, como é hoje, para R$167,00. “É R$100,00 de aumento no início da cadeia, e ainda vai pra distribuidora no estado até chegar no consumidor final”, denúncia Fabiola. A mobilização agora é pressionar os senadores. O portal Salve a Energia tem materiais e a lista de senadores para ajudar na pressão. “Há um grande bloco do MDB se movimentando pela relatoria e tem o governo querendo que seja o senador Marcos Rogério”, apresenta Fabiola sobre a possibilidade de votação da MP do apagão na semana que vem.
Diferente do que acontece na Eletrobras, que periga ser liquidada em um bote só, a Petrobras tem sido fatiada aos poucos. A luta dos petroleiros tem sido pela realocação dos trabalhadores da PBio para que continuem sendo funcionários da estatal, uma vez que no contrato de venda os trabalhadores estão inclusos no pacote. Desde o golpe de 2016, quando Pedro Parente assumiu a presidência, a Petrobrás anunciou a venda de todas as unidades de refinaria e subsidiárias do Sul, Nordeste e Norte do país.
“A pandemia é um problema real, mas deixar o povo passar fome e não ter vacina é uma escolha do governo”, apresenta Alexandre Finamori justificando o papel estratégico que as estatais têm para superar a crise sanitária e fomentar um processo de desenvolvimento industrial, de fortalecimento à agricultura familiar e na geração de empregos. “Sem a Petrobras, sem a Eletrobras, os Correios nós ficamos sem saídas para a crise”.
Assista na íntegra:
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