O MPA, no seu processo de valorização e afirmação do universo camponês, resgata suas raízes históricas da agricultura camponesa e incorpora a luta pela igualdade de gênero. E, nessa construção resgata a visibilidade e a importância das mulheres em todos os espaços.
A agricultura como ciência nasceu e foi desenvolvida pelas mãos e conhecimento das mulheres – um conhecimento e sabedoria brotados na relação com a natureza, seus ciclos e interdependências, dos plantios e cultivos e práticas de preservação e sustentabilidade das comunidades. É um caminho que traz à atualidade as raízes históricas da agricultura camponesa na produção de alimentos e manutenção da biodiversidade através da preservação das sementes e dos ciclos produtivos. Resgatando essas raízes, se resgata também a importância e o protagonismo das mulheres na cultura, na economia e na luta política.
As mulheres camponesas vieram cotidianamente construindo o rosto feminino do MPA, estão a frente de diversos processos produtivos, nos espaços de organização e direção do Movimento e tem um papel fundamental na defesa das sementes crioulas, da agroecologia e da saúde popular.
O MPA tem um rosto feminino ativo, as mulheres encontram-se mobilizadas nos grupos produtivos, coordenado experiências organizativas, estão nas instancias da organização, e junto com as Mulheres da Via Campesina idealizam a construção do Feminismo Camponês e Popular, que aponta a necessidade de constituir novas relações de gênero e superar o patriarcado que também se manifesta no campesinato.
O MPA também se soma as campanhas internacionais da CLOC- Via Campesina como a “ Basta de Violência contra as Mulheres” que busca superar as ações do machismo contra as mulheres camponesas de todo o mundo.