18 de fevereiro de 2021
Mateus Quevedo
MPA Brasil | Candiota (RS)
Gás de cozinha, gasolina, diesel mais caros: A Agência Nacional do Petróleo (ANP) revelou que a produção de petróleo nacional aumentou 5,26% em janeiro em relação a dezembro de 2020. Mesmo assim, a pressão é que o preço cobrado pela Petrobras ao mercado interno suba ainda mais. A alegação é de que ele está defasado em relação ao praticado no mercado internacional. Por isso os anúncios de aumento no preço da gasolina, gás de cozinha e diesel. Bolsonaro até se gabou de zerar o imposto CIDE e que quer mexer no ICMS. Mais uma guerra com os governadores. Mais mentiras e crimes contra o povo brasileiro.
A produção de alimentos se tornará mais cara: É redundante falar que o aumento no preço do diesel fará aumentar também toda a cadeia produtiva. O Brasil é um país rodoviário, as áreas de transporte e da agricultura serão os mais afetados. O consumidor mais pobre pagará mais caro. A DIEESE em sua nota sobre Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos de janeiro apontou que 64,29% do salário mínimo é gasto para compra dos produtos da cesta básica para uma pessoa adulta. Em contrapartida, seguem aguardando votação no Congresso Nacional os vetos presidenciais ao PL 735 para a produção de alimentos da agricultura camponesa.
O desmonte da Petrobrás: Atrelar o valor dos produtos da Petrobrás com a variação no mercado internacional – medida tomada, depois do golpe à Dilma, por Pedro Parente, indicado por Michel Temer para presidir a estatal em 2016 – adotando a Política de Preço de Paridade Importação (PPI) é o motivo principal do aumento dos combustíveis. Isto desvaloriza nosso petróleo e nosso poder de refino, parecendo que temos enorme necessidade de importação. Desde 2016 a ANP aumentou o número de importadoras cadastradas, a maioria delas ligadas a petrolíferas estrangeiras. É uma estratégia para liquidar a Petrobras e vendê-la esquartejada e de bandeja e transformá-la em um incontrolável monopólio privado de petróleo.
Venda da refinaria na Bahia: Acontece que há uma enorme pressão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), uma autarquia federal, que basicamente tem o papel de controlar monopólios sob a Petrobrás. Parece ironia, mas a grande alegação dos liberais à frente da autarquia é a de acabar com o monopólio público. E isto precisa ser feito às pressas, o acordo assinado pelo CADE e a Petrobrás prevê a venda de todas as refinarias do Norte, Sul e Nordeste. O anúncio da venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM) em São Francisco do Conde, Bahia, para o Fundo Mubadala por US$ 1,65 bilhão foi o último ataque. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP), usando o método de fluxo de caixa descontado, apontou que a refinaria valeria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Ou seja, eles não estão vendendo, estão rifando a principal Estatal do país.
Atacar a Soberania Nacional é atacar a vida do povo: É interessante salientar que o mercado, por exemplo, de oxigênio, tão necessário neste momento em que chegamos a quase 245 mil mortos pelo Covid-19, é controlado pelo monopólio da White-Martins. Recordista em multas pelo CADE. E se faz mais interessante ainda cruzar essa informação com o marco de um ano do fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados – FAFEN – em Araucária, no Paraná. Cerca de mil trabalhadores foram demitidos. A FAFEN-PR poderia produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora. A conclusão que se tira é que o CADE não está lidando na defesa econômica do povo brasileiro. E seu principal papel tem sido desmontar o Brasil.
Um ano da Marcha Nacional em Defesa do Emprego, da Petrobrás e do Brasil: O fechamento da FAFEN-PR anunciada em fevereiro do ano passado fez com que a categoria petroleira, organizada na FUP, ocupasse a entrada da EDISE, Edifício Sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro. Acontece que membros da Federação agendaram uma reunião com a Diretoria da Petrobrás para negociar sobre o futuro dos trabalhadores que seriam demitidos. Diretor nenhum apareceu e Cibele Vieira, Deyvid Bacelar, Tadeu Porto e Ademir Jacinto, o Mãozinha, dirigente do Sindiquímica-PR, que formavam a Comissão Permanente de Negociação, permaneceram na sala até que fossem ouvidos. Foram 21 dias de resistência. Eles na sala lutando pelo diálogo e nós lá em baixo, ocupando a entrada e gritando palavras de ordem para que os empregos fossem mantidos e que a Petrobrás não fosse desmontada. No dia 18 de fevereiro de 2020 mais de 15 mil pessoas se uniram à vigília em frente ao Edifício Sede da Petrobrás, na Av. República do Chile, e de lá marcharam pela Av. Rio Branco até os Arcos da Lapa, onde ocorreu um grande ato unificado.
SINFIPETRO-BAHIA anuncia nova greve: A venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM) não ficará barata. A insegurança dos trabalhadores aumenta junto com a indignação de uma categoria que entende e defende a importância da Petrobrás para o país. A diretoria do Sindipetro diz que não houve avanço na negociação com o RH corporativo da Petrobrás e anunciou o movimento paredista nesta madrugada, desde às 00h de hoje. O movimento é legítimo. Um grande ato está sendo preparado para as 17 horas, em frente à RLAM. No dia de amanhã, se completará também um ano da saída da Comissão Permanente de Negociação do EDISE. Foi um dos momentos mais lindos desde que o mal cobriu o Brasil sob o comando de Bolsonaro. A luta é mesmo o que faz valer a vida.
Aos nossos mortos: A realidade tem sido dura para aqueles que lutam por justiça social. Perdas imensuráveis em um momento em que juntos atravessamos a aurora desse novo período histórico. Neste momento de luta e de luto queremos prestar nossa homenagem ao companheiro Jaílson Moraes diretor do SINDIPETRO-RN, que faleceu ontem devido a complicações causadas pelo Covid-19. Mais uma vítima do descaso do Estado Brasileiro e do Governo Bolsonaro. Jaílson era um grande amigo e admirador do MPA. Nosso ânimo para a luta se altera, com mais indignação e coragem para vencer.
Defender a Petrobras é defender o Brasil!
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