19 de outubro de 2021

A plenária aconteceu no último sábado, 16, na comunidade Quilombo Resina, em Brejo Grande, SE

Campesinato Em Movimento
Aracaju (SE)

Realizado no dia Mundial de Luta por Soberania Alimentar e contra as transnacionais, a plenária ‘Contra a exploração de petróleo na foz do rio São Francisco e nas comunidades tradicionais’ reuniu dezenas de pessoas no Quilombo Resina, área rural do município Brejo Grande, Sergipe. Foi uma plenária organizada pelo território quilombola Brejão dos Negros para marcar a data de luta por Soberania Alimentar e contra quem a ameaça, no caso, a petrolífera ExxonMobil.

A Plenária contou com grande participação das comunidades quilombolas Resina, Brejão dos Negros, Santa Cruz, Carapitanga, Brejão Grande, além do Movimento Quilombola de Sergipe, do Movimento dos Pequenos Agricultores, Caritas Regional Nordeste III, Caritas Diocesana de Propriá e com a presença do mandato do deputado federal João Daniel (PT), da Vice-governadora do estado Eliana Aquino (PT), o mandato do deputado estadual Iran Barbosa (PT) e também do professor Eraldo Ramos, coordenador do Laboratório de Estudos Rurais e Urbanos (LABERUR) da Universidade Federal de Sergipe.

Elementos como o processo histórico de luta das comunidades, das conquistas, dos avanços, dos desafios do território quilombola e também da conjuntura atual do país e uma explanação sobre o que é ExxonMobil. A norte-americana ExxonMobil é famosa por seus megaprojetos de energia, conhecida pela marca Esso tem histórico de ser causadora de grandes desastres socioambientais. Durante a plenária também se trabalhou os processos de lutas e resistência necessários nos territórios para os próximos períodos e as articulações feitas a partir do Fórum de Comunidades Tradicionais.

O projeto de exploração de petróleo e gás na foz do Rio São Francisco atinge diretamente os estados de Sergipe e Alagoas, entretanto outros estados da região Nordeste e Sudeste serão atingidos como o Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espirito Santo e Rio de Janeiro. A ExxonMobil não tem interesse nenhum no desenvolvimento e no bem-viver desta região, o interesse dela na escavação dos poços visa somente o lucro, que é privado.

As comunidades tradicionais de todo litoral nordestino sofreram grandes impactos socioambientais nos últimos períodos, como o vazamento de petróleo em 2019 e a construção de megaprojetos. A perfuração dos poços de petróleo é uma atividade cheia de riscos, principalmente quando ocorre em alto-mar. Desde junho de 2021, quando se chegou as primeiras notícias da chegada da empresa no estado de Sergipe e Alagoas, o Fórum das Comunidades Tradicionais articula diversas ações para que as comunidades sejam ouvidas e atendidas.

“A memória nos mostra que para que haja vida no litoral é preciso caminhar no tempo da maré, o tempo da maré precisa ser respeitado, não podemos caminhar no tempo das multinacionais, no tempo do agronegócio. Respeite o tempo da maré, ExonMobill”, falou dona Isaltina, liderança quilombola.

As comunidades tradicionais ribeirinhas são guardiões da vida, da agrobiodiversidade, são produtoras das águas, são as águas que produzir alimentos. A plenária foi finalizada com a afirmação da importância e o compromisso da luta social e popular, da organização comunitária, da unificação de forças e bandeiras para enfrentamos os desafios atuais do desgoverno, do aumento da fome, da luta por território livre de ameaça do agronegócio, da ameaça das multinacionais, e, principalmente, da ameaça da Exxonmobill.