22 de abril de 2021
Leia na íntegra:
Considerando o momento conjuntural no mundo em época de pandemia COVID-19, com maior gravidade no Brasil devido a ausência de politicas públicas e existência de gestores incompetentes para com a população, a classe trabalhadora, do campo e da cidade, tem se manifestado através de greves e outras formas, atos públicos, buscando garantir o direito mínimo de sobrevivência econômica e social.
Em Rondônia, como já era esperado, desencadeou a crise da falta de preço na produção agrícola, em especial o leite, culminando em atos diversos e greves denominada GREVE DO LEITE.
Nós, Movimentos Sociais do Campo e entidades que compõem a Via Campesina em Rondônia declaramos apoio incondicional aos atos e greve. Em vários municípios do Estado onde a Via Campesina tem base social organizada participamos ativamente e somamos nesta luta com os demais seguimentos sociais organizados ou não que estão indignados com esta situação.
Por outro lado os camponeses penalizados com a falta de preço do leite e contabilizando grandes prejuízos, também estão promovendo em vários municípios a doação de leite para a população que vivem nas cidades. Atos este de solidariedade e de combate à fome e a miséria causada pela ausência de políticas públicas e pelo Governo Genocida que causa danos a população como um todo.
Enquanto Via Campesina conclamamos a sociedade como um todo a apoiar a agricultura familiar e camponesa, sendo esta responsável pela maioria da produção de leite e outros alimentos, do estado de Rondônia. Todos os dias, madrugadas, com o cantar do Galo, milhares de camponeses e camponesas, saem para um trabalho familiar árduo, que garante diariamente o leite presente nas mesas da população. E este trabalho tem que ser valorizado e respeitado. Chamamos a atenção da sociedade para uma reflexão profunda, e perceber coletivamente que, com o Governo Bolsonaro, o custo de vida no campo e na cidade tem se tornado insuportável, com aumentos diários abusivos em vários produtos como: gasolina, energia, insumos agrícolas, alimentos e outros produtos essenciais para o campo e a cidade.
Temos consciência que o problema principal não está somente no preço do leite, mas sim na falta de uma política de estado para o abastecimento e Via Campesina – Rondônia controle dos preços. Mesmo que haja aumento de alguns centavos no preço do leite seu valor continua atrelado ao dólar, e também ao preço do petróleo no mercado internacional, beneficiando os grandes empresários, faltando perspectivas para o pequeno e médio agricultor familiar, camponês e a para classe trabalhadora urbana.
A saída para este grande problema exige participação ativa de toda a sociedade. Depende de mudanças nas politica de estado e a existência de um estado que dê condições para os pequenos e médios produtores, camponeses para que possam produzir de forma diversificada articulada a outros mercados evitando os cartéis dos laticínios que sempre ficam com a maior parte do lucro. É importante garantir leis, financiamentos e subsídios construção de unidades e experiências produtivas cooperadas no estado de Rondônia vinculados as famílias de camponeses que são diretamente quem produz os alimentos e o leite que chegam em nossas mesas.
O momento conjuntural exigem atitudes e reflexões. Que país queremos para nós? É possível uma sociedade sobreviver com este preço elevado no custo da produção? Com aumentos abusivos de preços dos produtos no mercado? Com a defasagem do salário mínimo? Com o aumento de desemprego na cidade? Com a falta de preços e de políticas de incentivo a produção agrícola? Aonde os financiamentos públicos e subsídios agrícolas não chegam aos pequenos e médios agricultores? E possível sobreviver em um país onde o Ministério da Agricultura prioriza e investe apenas nos grandes empresários?
Nós da Via Campesina temos certeza, não podemos deixar estes governantes sem alma empobrecer e sucatear o nosso país. Destruir os recursos naturais e a nossa biodiversidade. A luta pelo preço justo no leite é legítima. Queremos e precisamos produzir e ter as condições reais para ofertar à população do campo e da cidade a possibilidade de consumir os alimentos produzidos por nós.
VIA CAMPESINA RONDÔNIA
Movimento dos Pequenos Agricultores –MPA
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST
Comissão Pastoral da Terra – CPT
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