23 de julho de 2025
O sábado, dia 2 de agosto, não é dia de descanso. É mais um dia de luta em todo o território brasileiro contra o PL 2159 – o PL da Devastação, já aprovado pelo Congresso Nacional e, agora, está no Palácio do Planalto para ser sancionado ou VETADO.
O ato do dia 2, visa unificar a luta em todos os estados, cidades, territórios, aldeias e periferias do país.
Esta é uma convocação nacional urgente a todos os movimentos sociais, organizações e entidades coletivos, sindicais e estudantis, e de ativistas, militantes e defensores da vida.
Todos e todas, juntos e juntas, devem ir às ruas para exigir #VETA TUDO, LULA. O projeto representa a destruição do meio ambiente, dos direitos dos povos originários, das comunidades tradicionais, e da biodiversidade. O projeto legaliza a devastação e a morte do meio ambiente e do povo brasileiro.
O dia 2 é dia de denunciar e enfrentar os interesses do Congresso, aliado do agronegócio, do capital predatório, inimigo da natureza e do povo.
15 instituições promovem manifstação em Belém
Em Belém, na quarta-feira, dia 23, lideranças do Movimento dos Pequenos Agricultores e de outros movimentos já foram às ruas da cidade, onde ocorrerá a COP 30, em novembro.
A manifestação foi bem em frente ao Centro de Convenções, onde vai acontecer a Zona Azul. E nós, das organizações sociais, do movimento indígena, dos trabalhadores do campo e da cidade, disse Mateus Pinheiro, membro da juventude do MPA do Pará, estamos aqui reunidos em ato para dizer que somos contra a PL da devastação.
“Queremos que o nosso presidente Lula vete tudo, que não passe nenhum PL que vai contra o nosso território e contra a nossa vida. E exigimos que o governo brasileiro reconheça a soberania dos povos dentro da cúpula dos povos na Amazônia”, afirma Mateus Pinheiro.
Além dessa manifestação, o MPA e outras 14 instituições divulgaram documento intitulado “DECLARAÇÃO DO MUTIRÃO DOS POVOS DA AMAZÔNIA PARA A COP30: A RESPOSTA SOMOS NÓS”, publicado logo abaixo.
Os movimentos que estão organizando a luta do dia 2, divulgaram uma pré-agenda de mobilização para o dia 28 de julho, e outra, pós-dia 2, para o dia 7 de agosto, publicadas a seguir:
28 de julho – Mobilização Digital Nacional – No Dia Internacional da Conservação da Natureza, faremos uma grande mobilização digital. Use suas redes para denunciar o PL da Devastação e pressionar por veto total! Entre no grupo de mobilização digital da nossa Rede de Convergência para articular e fortalecer essa ação organizada pelo GT de Coordenação Nacional.
Link: https://chat.whatsapp.com/EbnBlTOHr8m1TP0oPOa1hR?mode=ac_t
Grupo da Comunicação Geral:
https://chat.whatsapp.com/JpDDJLapRZcEuFXbJUCZRr?mode=ac_t
7 de agosto – Convergência com a Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília – As lideranças sociais estão convidadas a se juntarem às mulheres indígenas e os povos originários, na V Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, somando forças na defesa dos biomas, da biodiversidade e de quem cuida verdadeiramente da Terra. E reforçando o pedido de #VetaTudoLula.
DECLARAÇÃO DO MUTIRÃO DOS POVOS DA AMAZÔNIA PARA A COP30: A RESPOSTA SOMOS NÓS
Nós, povos da terra, das águas, dos territórios da Amazônia e movimentos sociais do Brasil profundo — lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadores, camponesas, religiosas, extrativistas, das quebradeiras de coco, dos atingidos por barragens e mineração, dos trabalhadores rurais sem-terra — reunidos em Belém, levantamos uma voz firme e ancestral para afirmar nossa identidade coletiva de luta: a resposta somos nós. Diante do colapso iminente, quando o planeta queima e a vida clama, somos nós que carregamos o peso mais cruel da injustiça histórica e do neocolonialismo da economia da destruição. Sentimos primeiro a seca, a inundação, o ar envenenado, a água morta. Resistimos com nossos corpos e territórios à destruição imposta. E ainda assim, somos silenciados, perseguidos, invisibilizados, relegados às sombras do poder.
A Amazônia pulsa como o coração da Terra. Nossas florestas, rios, solos e ciclos formam o tecido de vida que sustenta o último fôlego do equilíbrio climático. Mas não há Amazônia sem seus povos. Os territórios que nossas comunidades protegem são as últimas fortalezas contra a devastação. A ciência confirma o que nossos ancestrais já sabiam: justiça climática só será possível se for também justiça territorial, social e popular.
A COP30 NA AMAZÔNIA: UMA COP DOS POVOS
A realização da COP30 em solo amazônico carrega uma responsabilidade histórica e uma oportunidade política inédita de fortalecimento de nossas alianças entre movimentos: a atual conjuntura internacional de avanço do fascismo abre caminho para que esta conferência deixe de ser uma formalidade global e se torne o palco de protagonismo real em defesa da soberania liderada pelos movimentos e povos da Amazônia. Não aceitamos que a COP30 se transforme em um espetáculo de financeirização da vida, um mercado para interesses transnacionais e falsas soluções. Esta será a COP dos Povos, da resistência e da vida. Chegou o momento de ocuparmos os espaços de decisão, impor nossa agenda e revelar a força coletiva que há séculos protege esta terra.
A crise global se aprofunda. É hora de fazer desta conjuntura um marco histórico de unidade na luta: a COP30 deve estar sob o comando dos movimentos e povos da Amazônia, do Brasil, e do mundo, com autonomia plena, poder real e voz decisiva. Daqui, em alto e bom som, passaremos a risca no chão contra o retrocesso civilizatório Global.
EXIGIMOS:
• Território é vida, território é clima. Sem reforma agrária, demarcação, titulação, regularização fundiária, desintrusão imediata dos nossos territórios, não haverá floresta, nem planeta para as próximas gerações. Defender a Amazônia é defender a nossa própria existência.
• A COP30 se realiza em nossa terra e, por isso, exigimos presença plena, digna, permanente e com poder real nas decisões. Não aceitamos ser meros figurantes de uma encenação que decide o destino da floresta, de nossos corpos – e de nossas vidas – longe de nós.
• Reconhecimento da Amazônia como bem comum da humanidade, mas sob a soberania alimentar e energética inalienável dos povos que nela vivem e resistem. Ação climática efetiva é o cuidado com a saúde humana e ambiental. Rejeitamos qualquer tentativa de transformar a floresta em mercadoria, ativo financeiro desprovido de alma. Sem os povos, a floresta morre. Defendemos a sociobioeconomia e uma nova economia, por meio da governança e gestão territorial dos povos, que proteja a floresta e garanta os direitos humanos.
• Fim imediato da exploração predatória. Não aceitaremos mineração, garimpo, agronegócio, grilagem, monocultura verde ou qualquer forma de devastação que se disfarce de “transição energética”. Exigimos o desmonte urgente da indústria dos combustíveis fósseis e uma transição justa, popular e soberana, que respeite nossos territórios, valorize nossos saberes e coloque a vida acima do lucro. A Amazônia rejeita ser uma nova fronteira de exploração de petróleo e gás.
• Financiamento climático direto para os povos da floresta e das águas. Os recursos para salvar o planeta devem chegar àqueles que o defendem e são os mais impactados — sem intermediários, sem burocracia colonial, com repasses diretos para seus fundos e mecanismos próprios. Não somos destinatários passivos, somos protagonistas ativos das soluções climáticas enraizadas nos territórios.
• Fim da violência contra nossos corpos e territórios. Chega de sangue derramado pelo avanço do capital. O Estado brasileiro é responsável pela omissão diante do assassinato de lideranças, da perseguição a defensores da floresta e do avanço das milícias armadas. Temos de pôr fim à impunidade. Exigimos responsabilização e proteção imediata e integral para quem protege a vida. Defender os defensores é condição inegociável de qualquer política climática que se diga justa
DECLARAMOS COLETIVAMENTE:
• Fortalecer e expandir a campanha “A Resposta Somos Nós”, unificando a voz e a luta dos povos da Amazônia e do Brasil profundo para o mundo, transformando nossa resistência em poder político real.
• Construir espaços coletivos autônomos, vivos e pulsantes dos povos da terra e dos territórios na COP30, com programação própria, mobilização de base e articulação internacional para denunciar o racismo ambiental, a desigualdade climática e o neocolonialismo verde.
• Forjar alianças indestrutíveis entre povos dos diferentes biomas, campo e cidade, floresta e periferia, comunidades tradicionais e movimentos sociais, na defesa da soberania popular e do bem viver coletivo.
• Manter a independência e a coragem para denunciar e enfrentar qualquer governo que subordine a Amazônia e nossas vidas ao capital transnacional, traindo seus povos e seus bens comuns.
CONVOCAMOS O MUNDO:
A COP30 não será palco para falsas promessas, nem palanque para os algozes da Terra. Exigimos um novo pacto climático global — fundado no pulsar da vida, na justiça entre os povos e na sabedoria ancestral que brota da terra viva. Amazônia sangra, e sua voz corta o silêncio imposto pela destruição. Seus rios carregam memórias que o tempo não apaga, e suas raízes se agarram firmes, recusando-se a morrer. Nós, seus povos, somos a resistência viva — a fortaleza que impede a morte da floresta. Nossa luta não é apenas por terra, é por vida, por futuro. E não recuaremos. A resposta não virá de fora. Nossa aliança é pela vida.
É TEMPO DE AVANÇAR. A RESPOSTA SOMOS NÓS.
Belém do Pará, 23 de julho de 2025
ASSINAM:
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Pará – MALUNGU
Cúpula dos Povos Rumo a COP30
Federação dos Povos Indígenas do Pará – FEPIPA
Movimento Atingidos por Barragens – MAB
Movimento de Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM
Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra – MST
Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM BRASIL
Rede Grupo de Trabalho Amazônico – GTA
Associação Kranh Meiti
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