10 de agosto de 2020
O desenvolvimento do sistema capitalista carrega consigo a inexorável tendência de produção de crises. Atualmente, são diversas a natureza dessa crise: ambiental, política, econômica, social e cultural. Neste bloco trataremos de sua face ambiental, bem como a importância da agricultura familiar camponesa como seu contraponto.
Os numerosos conflitos em torno dos recursos naturais refletem a ofensiva do capitalismo como tentativa de saída da crise. A mineração – neste caso, precisamos ressaltar a avalanche de invasão de terras indígenas para desenvolver a mineração a céu aberto, poluindo o rio e expulsando e matando os povos originários –; a negação do direito a água e, consequentemente, a privatização deste bem; a ampliação dos plantios de monocultivos, em especial, o caso da soja e da plantação de capim; são conflitos ambientais produzido pelo agronegócio e que estão marginalizando e vitimando muitas trabalhadoras e trabalhadores do campo.
A expansão do agronegócio no campo brasileiro decorre de uma política que reforça a vocação extrativista dos países subdesenvolvidos. Sua efetivação se relaciona com as grandes corporações do capital cuja concretude conta com a cumplicidade dos governos nacionais para flexibilização das legislações ambientais, como no caso do atual governo brasileiro que se aproveita da pandemia para “passar a boiada” – palavras do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Ressalta-se que neste período de pandemia do coronavírus, foi votado no Congresso Nacional a legislação que direciona para privatização das águas, medida pressionada por grandes corporações, à exemplo da Coca Cola, e tantas outras Medidas Provisórias ou Projetos de Lei que afeta diretamente aos povos do campo e legitima a invasão do agronegócio ao passo que melindra o arcabouço jurídico de proteção ambiental.
Em contrapartida, os Movimentos Populares do campo pautam a produção de alimentos aliada a defesa do meio ambiente. São planos e ações concretas que propõe um desenvolvimento que propicia um diálogo entre o humano e a natureza. Podemos citar como exemplo: A Campanha de plantio de árvores proposta pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a pauta da Reforma Agrária Popular; a construção do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), as lutas constante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) – movimento social que luta pelos direitos das populações atingidas por barragens e pauta um Projeto Energético Popular, – e a construção das transições agroecológicas a Soberania Alimentar, temas centrais desenvolvido pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) que tem como projeto o Plano Camponês. Todas essas bandeiras são elaborações coletivas de desenvolvimento sustentável para o Brasil. São pautas que estão sendo construídas no cotidiano dos movimentos populares e que precisam de apoio da sociedade brasileira para que sejam efetivadas.
Vencer, portanto, a invisibilidade e criminalização da luta dos trabalhadores, produzida pelos grandes meios de comunicação capitaneados pela Rede Globo, é um desafio constante. No entanto, em que pese tais circunstâncias, estes movimentos populares continuam construindo ações que estão baseadas na solidariedade, na defesa dos territórios dos povos e contra as violências que o capitalismo impõe tanto aos trabalhadores do campo e da cidade.
Escrito por Érica Anne Oliveira
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