11 de dezembro de 2017
“Se calarem a voz dos profetas as pedras falarão…”
A Cáritas Brasileira reunida em Brasília no 92º Conselho Nacional recebeu com preocupação e, ao mesmo tempo, com profundo sentimento de solidariedade, a informação da greve de fome contra a Reforma da Previdência, iniciada no último dia cinco de dezembro pelas camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Josi Costa (PI) e Leila Denise (RO) e pelo religioso, frei Sérgio Gorgen.
No decorrer dos últimos anos temos nos preocupado, e por inúmeras vezes nos pronunciado, sobre as tentativas e ataques feitos aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, em especial aos mais pobres e vulneráveis. Sabemos que o gesto de colocar a vida e a saúde das lideranças camponesas do MPA e do frei Sérgio nesta situação extrema demostra o compromisso de construir um país novo e não admitir que mais uma ação de retirada de direitos se concretize Com a votação proposta de Reforma da Previdência Social em tramitação na Câmara dos Deputados.
Neste ambiente de profundas conturbações que o país está vivendo, a partir da realização de modificações na legislação que colocam em risco os direitos do povo, em especial dos mais pobres e vulneráveis, voltamos a afirmar, esta reforma é, com certeza, uma atitude imprudente. A própria Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência Social demonstrou que muitos argumentos, especialmente o déficit previdenciário, não se sustentam para a necessidade da reforma proposta pelo Executivo e defendida por muitos parlamentares.
Sendo assim, se a Reforma da Previdência for aprovada apenas impedirá a aposentadoria digna dos trabalhadores e trabalhadoras, particularmente para aqueles e aquelas que atuam e vivem no campo. Alia-se a isso, a forma e o processo que o Congresso Nacional vem realizando essas mudanças. A falta de diálogo levou organizações populares, sindicais e sociais a realizarem mobilizações em todo o Brasil.
O gesto de Josi, Leila e frei Sérgio representa o sentimento e a atuação daqueles e daquelas que acreditam no diálogo, na reflexão e no discernimento coletivo como a mais perfeita forma de se chegar à melhor resolução para uma matéria em discussão.
Com este gesto extremo, os membros do MPA buscam chamar a atenção daqueles que insistem em colocar a Reforma da Previdência em pauta, mesmo não assegurando os princípios já mencionados. A greve de fome serve ao mesmo tempo, como exemplo para despertar a consciência da população sobre o desprezo e o autoritarismo daqueles que estão, sem o mínimo de diálogo, passando por cima de direitos consagrados.
Somando-se nesta luta, a Cáritas Brasileira vem solicitar que a proposta de Reforma da Previdência Social seja retirada de pauta para que se possa iniciar um verdadeiro diálogo com ampla participação da população, e que o objetivo central dessa discussão seja a melhoria e a proteção dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, em especial dos mais pobres e vulneráveis do campo e da cidade.
Cáritas Brasileira
10 de Dezembro de 2017.
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