31 de março de 2017
Com muita mística e animação, os 65 participantes da 3ª edição da Escola Camponesa da Memória, iniciam o segundo dia de atividades, 30/03, mergulhando na história recente do Brasil. Os principais pontos foram a relação entre o golpe de 64 com o golpe em curso no país e a relação entre o Movimento Campesino com a Ditadura Militar.
Antes dos palestrantes convidados iniciarem suas falas, o deputado estadual Marcelino Galo (PT-BA) falou com a juventude sobre o atual momento em que o país se encontra e assegurou a importância da Classe Camponesa ter sua memória sempre revisitada. “Precisamos fortalecer os camponeses pela valorização da produção de forma bonita que o camponês faz, evitando o uso de agrotóxicos que foi a tecnologia desenvolvida pela guerra e esta sendo reutilizada na agricultura brasileira, precisamos deixar de ser o país que mais usa agrotóxicos no mundo” finalizou o mesmo.
Na primeira parte da manhã os participantes ouviram a historiadora Isadora, que integrou a Comissão da Verdade no Estado da Bahia e é associada à Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia (AATR). Em sua fala, Isadora ponderou as diferenças entre o golpe da década de 60, com o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma, eleita legitimamente. “Nos dois casos, temos interesses semelhantes, principalmente o interesse dos EUA, e também da elite brasileira, que assume o poder devido ao medo da possibilidade da Classe Trabalhadora assumir o poder, tem um governo cínico com medidas impopulares para impedir o avanço da Classe Operária e Camponesa”, explanou a historiadora. “Hoje temos uma importante arma que deve ser melhor apropriada por nós, que é a comunicação, por mais que o Capital tenha a grande mídia temos, hoje, vários meios de se comunicar e levar a informação em tempo real, é preciso organizar nossos movimentos, pois nossas mobilização não estão sistematizadas”, finalizou.
Em seguida, o dirigente nacional do MPA na Bahia, Leomárcio Araújo, iniciou sua fala apresentando as principais propostas que atualmente tramitam no congresso e que vão contra os interesses da classe trabalhadora. “A Reforma do Ensino Médio, que já foi aprovada pelos senadores consegue ser ainda pior do que a reforma na época da ditadura no Brasil, suas consequências serão devastadoras para os próximos períodos”, destaca Leomárcio. Ele ressaltou também a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência que oprimem ainda mais o trabalhador do campo. Ainda deixou um interessante questionamento para os ouvintes: “Porque o governo golpista insiste com uma pauta antissocial pré-eleição?”.
À tarde os jovens receberam o professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Jonas Duarte, que sintetizou a relação conflituosa entre o campesinato e a ditadura militar no Brasil. Dr. Jonas fez uma síntese histórica do Capitalismo Brasileiro, sua origem e sua interferência no modo de produção camponesa. A subordinação brasileira ao modo de produção imperialista estrangeira foi alvo de críticas pelo professor, assim como as Reformas Agrárias Internacionais, em países como França, Estados Unidos e Inglaterra. Duarte ponderou que o único modelo que poderá salvar a economia brasileira é o modo de produção Agroecológica. As lutas históricas por terra também foram apresentadas, como exemplo, a Guerra dos Bárbaros, Palmares, Canudos e ainda, as Ligas Camponesas. Na conclusão afirmou: “não dá pra um movimento do campo não trabalhar as questões climáticas do nosso país, precisamos pautar o combate aos preconceitos e à homofobia no campo e vivenciar a agroecologia como modelo de vida, resgatando nossas sementes crioulas”.
A juventude foi atiçada a participar de um novo modelo de Reforma Agrária Popular e do Plano Camponês, que buscam em sua síntese eliminar a pobreza no meio rural, combater a desigualdade social e a degradação da natureza, garantir trabalho para as pessoas combinado com a distribuição de renda e principalmente a garantia de soberania alimentar de toda a população brasileira. À noite, em uma Jornada Socialista, a juventude relembrou a opressão da ditadura e a memória do companheiro Carlos Marighella. A programação do dia encerrou com uma homenagem a Clodomir Santos de Moraes, conhecido como o organizador das Ligas Camponesas, que soma um ano de sua partida física.
Por Comunicação MPA
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