12 de agosto de 2025

Imagem: MPA-RS

Nos dias 26 e 27 de julho, cerca de 20 mulheres camponesas de quatro núcleos da região Sul se uniram no Recanto Fonte da Vida, em Paraíso do Sul (RS), para fortalecer suas práticas agroecológicas e de saúde popular. A oficina de destilação de óleos essenciais e hidrolatos, parte do projeto Mulheres Camponesas: Abastecendo de Alimentos e Esperança o Povo Brasileiro, apoiado pela Fundação Banco do Brasil, reafirma a luta dessas mulheres pela soberania alimentar, autonomia e saúde popular.

Durante dois dias, as participantes trabalharam com a coleta e destilação do cipó mil-homens e da melaleuca, extraída do Centro de Formação em Santa Cruz. Técnicas tradicionais de hidrodestilação e arraste a vapor foram aplicadas, utilizando equipamentos de 50 e 100 litros.

A atividade não é apenas técnica: é política. É na conexão entre os saberes tradicionais e a agroecologia que essas camponesas encontram resistência contra o as políticas que ameaçam territórios e modos de vida camponês. A produção de óleos e hidrolatos pelas próprias mãos das camponesas é um ato de protagonismo feminino que fortalece alternativas sustentáveis, contribui para a saúde popular e promove a autonomia econômica das mulheres no campo.

“Está sendo muito potente a criação desta rede de destiladoras”, relatou Rosiéle Ludtke, destacando a importância do protagonismo feminino na agroecologia e na saúde popular.

A formação não apenas fortaleceu o conhecimento técnico sobre óleos e hidrolatos, mas também promoveu integração, troca de saberes e autonomia produtiva entre as participantes. A próxima oficina já tem data marcada: será nos dias 23 e 24 de agosto, no Vale do Taquari (RS).

Por Brenda Spinosa (Comunicadora Popular MPA-Brasil)