12 de outubro de 2024
No seminário, Leila Santana, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), enfatizou a importância de resistir ao avanço de políticas predatórias e alertou para as falsas soluções ambientais promovidas pelo mercado.
Na sexta-feira, dia 11 de outubro, a Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste iniciou a celebração de seus 10 anos com um seminário em Salvador (BA), reunindo representantes de diversas organizações, movimentos sociais e redes feministas do Nordeste.
O encontro marcou a retomada das atividades presenciais após quase três anos de pandemia, e destacou a força e a resiliência das mulheres do campo, das águas e das florestas, frente aos desafios socioeconômicos e políticos que continuam a afetar as mulheres e as comunidades rurais.
A abertura do evento foi conduzida pela professora Laeticia Jalil, do Núcleo Jurema da UFRPE, que agradeceu o esforço das organizações e recordou as principais conquistas da Rede ao longo da última década. As participantes foram recebidas com a música “Eu não posso mudar o mundo, mas eu balanço”, ao som do berrante e da leitura de um cordel comemorativo, seguidos de cantigas populares que uniram as mulheres dos nove estados do Nordeste, reforçando o espírito de união e luta.
Entre os destaques do primeiro dia, foi lançada a publicação sobre as cadernetas agroecológicas, um importante marco metodológico que tem sido fundamental para fortalecer a autonomia das mulheres no campo. Beth Siqueira, do NEIM/UFBA, ao apresentar a publicação, afirmou: “As cadernetas agroecológicas são uma ferramenta de poder para as mulheres. Elas mostram, com dados, o quanto podemos transformar vidas e nossas comunidades”. As cadernetas permitem que as mulheres reflitam sobre sua produção e papel na economia familiar, contribuindo no monitoramento e aumentando sua participação na agroecologia.
O seminário também destacou a importância de políticas públicas que beneficiam diretamente as mulheres rurais, como as cisternas de consumo humano, que permitiram que muitas delas voltassem a estudar. Patrícia Mourão, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, destacou o trabalho para reconstruir políticas públicas que foram desmontadas nos últimos anos e reforçou a necessidade de incorporar o feminismo nessas ações. “Estamos trabalhando para que as políticas cheguem às mulheres e, principalmente, que incorporem uma perspectiva feminista. Só assim conseguiremos avançar nas políticas de assistência técnica e econômica para elas”, disse.
Ela mencionou, por exemplo, o edital recente que garante recreação infantil durante as atividades de assistência técnica, visando facilitar a participação das mulheres.
A mesa de conjuntura política reuniu representantes de movimentos como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Articulação de Mulheres do Cerrado, Articulação Nacional de Pescadoras (ANP), GT Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE) e o GT Mulheres e Agroecologia da ASA Paraíba, que discutiram o impacto das eleições recentes e as ameaças que o agronegócio representa para as comunidades tradicionais.
Leila Santana, do MPA, enfatizou a importância de resistir ao avanço de políticas predatórias e alertou para as falsas soluções ambientais promovidas pelo mercado.
O seminário também foi um espaço para a construção de estratégias conjuntas, no qual a comunicação foi apontada como uma frente essencial de disputa política. As participantes reafirmaram o compromisso de continuar lutando pela agroecologia feminista, reconhecendo que sem a terra e sem as mulheres, a agroecologia não pode prosperar. Na parte da tarde houve trabalhos em grupo que promoveram o diálogo e a auto-organização das mulheres para os próximos anos.
Sobre a Rede Feminismo e Agroecologia
É uma articulação de mais de 20 organizações que, ao longo dos últimos dez anos, têm trabalhado na promoção de uma agroecologia feminista e antirracista, atuando em defesa dos direitos das mulheres rurais, comunidades e povos tradicionais, e juventudes. O seminário de dez anos é um marco importante para a rede e suas parceiras, que continuam mobilizadas na defesa de políticas públicas inclusivas e no fortalecimento da agroecologia como modo de vida.
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