9 de abril de 2024
Elis Bartonelli
MPA Brasil | Rio de Janeiro (RJ)
O sábado, dia 6 de abril, foi um dia especial no Raízes do Brasil. O espaço abriu as portas para o lançamento do livro “Contra o Sionismo – Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista”, do jornalista Breno Altman. No evento, Altman e a deputada federal Jandira Feghali (PcdoB/RJ), conversaram sobre o contexto histórico e político da guerra entre Israel e Palestina, o acirramento do confronto a partir do dia 7 de outubro de 2023, e discutiram maneiras de defender a Palestina do genocídio que acontece na região.
“Uma das marcas do Raízes é ser um espaço de resistência política, cultural, alimentar. Desde o dia 7 de outubro, estamos com a ideia de construir um momento aqui de solidariedade à Palestina, em função da boa repercussão do livro do Breno, e trazer a comida palestina como uma das marcas. O Raízes se coloca a disposição para cumprir o papel da luta pela solidariedade entre os povos”, afirmou Beto Palmeira, coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores.
Beto lembra que a agroecologia depende da existência de terra e território para os camponeses plantarem e colherem seus produtos. Com o bombardeiro constante de Israel sobre a Palestina, as organizações camponesas do país não têm conseguido trabalhar.
“O que estamos vendo é a destruição da terra e do território do povo palestino. E o Estado de Israel vem destruindo com força genocida as possibilidades de se fazer agricultura em terras palestinas”, completou.
Após o debate, Altman autografou os livros, que tiveram o estoque esgotado durante o evento, e tirou fotos com os presentes. Para ele, o evento foi fundamental para intensificar a defesa pela Palestina e mobilizar o Governo Federal por ações mais concretas.
“Atividades como a de hoje têm três funções. A primeira é uma função informativa. As pessoas que participam desse tipo de evento, muitas vezes, já têm informação sobre o assunto, mas saem daqui e vão conversar com outras pessoas. É a maneira pela qual você disputa e ideologicamente a sociedade. A segunda função é animar as pessoas a participarem cada vez mais das ações de solidariedade ao povo palestino. E a terceira é criar uma corrente na opinião pública brasileira que defenda as posições do presidente Lula em defesa da Palestina e também empurre o presidente para ações práticas contra o estado de Israel que interrompam o fluxo financeiro do estado de Israel. Isso é essencial para tentar deter a mão assassina do regime sionista”, pontuou ele.
Convidada de Breno Altman para a mesa, Jandira Feghali afirmou que o evento foi “uma grande troca de aprendizado”.
“Como o Breno é um estudioso dessa história, ele contribui enormemente para o conhecimento das pessoas e com a quebra de muitos preconceitos. A relação da agroecologia com a defesa da Palestina é uma relação de quem vivencia a integração com a natureza, com a comunidade, com o cooperativismo, com o socioativismo, de compreender o papel daquele povo, da sua cultura, dos seus valores, até da sua gastronomia”, destacou a deputada.
A gastronomia palestina foi destaque como ferramenta para valorização da cultura palestina durante o evento. A chef Tânia Cauás, neta de palestinos, preparou o almoço do dia. A escolha do Maqloubeh, prato à base de arroz, carne e berinjela, está ligada à resistência do povo palestino.
“O prato é palestino, é consumido por cristãos, mulçumanos. É consumido toda sexta-feira. Ele é um prato coletivo, feito em uma panelona. A gente vira essa panelona em um pratão e todo mundo come em conjunto. É um prato de muita resistência, porque a partir de 2017, os mulçumanos começaram a virar suas panelas em frente à mesquita de Al-Aqsa em forma de protesto pela colonização e pela usurpação da culinária palestina. Não existe comida israelense existe comida palestina. Se você é um judeu árabe, um semita nascido ali, porque muito antes de 1948, os judeus viviam ali e comiam Maqloubeh. Mas se você é um judeu sionista, um colono o Maqloubeh não é seu” explicou a chef.
O dia também foi recheado de arte. O coletivo Artistas Pela Palestina, que tem feito manifestações pela cidade para chamar atenção para a causa, levou ilustrações, músicas, poesia e uma oficina de dança para o Raízes.
“Existe muito espaço para essa cultura ser falada, conhecida e vivenciada. Estamos procurando que isso ecoe em pessoas que tem mais voz, porque existe um engessamento sobre o que está acontecendo. E mesmo quem se sente tocado não tem ação”, comentou Mel Ferraz, uma das integrantes do grupo.
Para o coletivo, a arte é uma ferramenta fundamental para levar informação e sensibilidade às pessoas.
“A arte tem o lugar de trazer, a partir da beleza, de um lugar mais humano e menos duro, chegar nas pessoas por um viés que emociona, sensibiliza. Acreditamos muito nessa força”, concluiu Marcela Velon, também integrante do coletivo.
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