15 de outubro de 2017
Juventude camponesa enfrenta a intempérie, fortalece os laços de companheirismo e faz o aprendizado acontecer no acampamento do RS.
Os institutos de meteorologia não aconselhavam o deslocamento, mesmo assim, cerca de 300 jovens camponeses se deslocaram dos quatro cantos do Rio Grande do Sul para participar do Acampamento Estadual da Juventude do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores). Realizada na região metropolitana de Porto Alegre, mais precisamente no Sítio dos Metalúrgicos, no município de Gravataí, entre os dias 12 e 15 de outubro, a atividade coincidiu com o período de maior precipitação de chuva registrado no ano. Porém, o espírito de companheirismo e a vontade de aprender e empreender a sua parte no processo de luta social embalou e fortaleceu os meninos e meninas que já demonstram sua virtude ao protagonismo, colocando-se na vanguarda desse momento histórico onde as incertezas e receios tem dado o tom das relações.
Frei Sergio Görgen, dirigente já veterano no movimento, entre afagos e brincadeiras com os mais jovens, reeditou um chamado ao compromisso que já vem repetindo há algum tempo: “O jovem precisa assumir o seu papel, entre erros e acertos a nossa geração já vez a sua parte, agora eles são os novos protagonistas, os novos líderes, os novos dirigentes, os novos lutadores que tem a missão de levar nossa bandeira de utopia e nossa causa adiante”.
Para Sandi Xavier, coordenadora estadual do coletivo de juventude do MPA, se atividade por si só já era digna de referência pelos resultados práticos, ganhou também viés simbólico, subjetivo, pelos aspectos que evocou na juventude que se dispôs a participar. “Essa juventude presente está nos surpreendendo pelo envolvimento e pela qualidade do debate, pelos argumentos políticos maduros que ela vem trazendo conforme os debates vão se desenvolvendo”, explica a jovem dirigente. “A forma como o jovem trata temas centrais, que nós enquanto movimento vamos vamos avançando passo a passo, mas que para a juventude são pautas gritantes, nos provocando a refletir e debater, buscando seu espaço e inserindo nas pautas do movimento questões que são polêmicas, porém necessárias”, relatou ao citar posicionamentos como a defesa da educação pública e de qualidade, a legalização das drogas e o aborto, o preconceito racial, a livre-orientação sexual, entre outros.
Com organização coletiva e divisão de direitos e responsabilidades através de acordos coletivos propostos pela organização, o Acampamento da juventude camponesa reafirma o espírito de coletividade, companheirismo e solidadariedade entre militantes que agregam-se sob os mesmos ideiais. “Desde os nosso primeiros passos na luta, nós precisamos nos preparar para assumir o nosso papel no processo revolucionário, e ações de envolvimento, cumprimento de tarefas simples como cozinhar, como colaborar na limpeza, como assumir papel na coordenação de um setor, são atos revolucionários”, refletiu Sandi ao fazer um contraponto da forma coletiva como o Movimento fomenta a formação da juventude em contraste com o individualismo que se propaga nos ambientes externos ao movimento.
Entre as diversas pautas trabalhadas ao longo deste fim de semana de formação e integração, estiveram análise de conjuntura, feminismo, êxodo rural, soberania territorial, agrotóxicos, financiamento da educação, diversidade e cultura popular. Foram tratados ainda temas como a aliança camponesa e operária, o plano camponês a a nova geração camponesa, a formação das brigadas de juventude camponesa e a reflexão histórica sobre o período de resistência a ditadura civil-militar. Também foram oportunizadas oficinas para os participantes, que envolveram áreas como agroecologia, produção de biofertilizantes, comunicação, grafite, plantas medicinais, sexualidade, saúde da mulher, batucada, muralismo, teatro, dança e preservação das sementes crioulas. O Acampamento Estadual da Juventude Camponesa segue até a tarde de domingo, 15, quando as delegações serão enviadas de volta para as oito regionais do MPA no estado, com a missão de multiplicar os saberes compartilhados durante a programação com outros jovens que não puderam participar.
Por Marcos Corbari / Jornalista / MPA
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