24 de março de 2020
As sementes crioulas são foco nas discussões relacionadas à Soberania Alimentar e na autonomia da população camponesa no decidir seu modo de vida e dentro dele como se relacionar também com as pessoas que vivem na cidade. O tema coloca em evidência a oportunidade de comer alimento de qualidade embutido de princípios e valores humanos e agroecológicos.
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a partir de sua experiência/vivência com esse tema, tem tomado iniciativas que fortaleçam essa relação verdadeira dos camponeses e camponesas com a vida, com a multiplicação de vidas. Nesse sentido, na Bahia, o movimento tem estabelecido um diálogo com o governo do Estado buscando viabilizar esse trabalho tão importante que vem sendo implementado. Mais recentemente, com parceria da EMBRAPA Semiárido e através da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa da Bahia (CPC-BA), juntamente com a equipe técnica do projeto Pró-semiárido/SDR vinculado com o grupo de trabalho com sementes crioulas foi elaborado um projeto que prevê um conjunto de ações que dialoga com a estratégia de fomentar o regate, conservação e multiplicação das sementes crioulas na área de abrangência do pró-semiárido que envolve os municípios de Umburanas, Jacobina, Serrolândia, Várzea do Poço, Caém, Mirangaba, Saúde, Pindobaçu, Caldeirão Grande, Ponto Novo, Antônio Gonçalves, Queimadas e Itiúba.
Essa iniciativa tem como objetivo Promover a criação de Rede de Sementes Crioulas e raças adaptadas junto aos grupos de interesse criados nos territórios rurais do Pró-Semiárido, mediante a implantação de processo formativo de técnicos e agricultores, o envolvimento do serviço de Assessoramento Técnico Contínuo (ATC) do Projeto, bem como a implementação de intercâmbios, feiras, festival e ampla campanha de divulgação e sistematização da experiência. Cabe salientar que esse projeto está sendo dividido em dois momentos, prevendo um total de dois anos de duração. respeito deste primeiro ano de ações, foi assinado convênio com duração de um ano que teve seu início efetivo no mês de Fevereiro de 2020.
Vale destacar que são alvo desse projeto as comunidades e camponeses/as que tem se dedicado sem medir esforços à preservação e multiplicação das sementes crioulas em seu território, assim como iniciativas coletivas de fortalecimento desse trabalho. Essas pessoas tem sido denominadas agricultores/as experimentadores/as e guardiãs e guardiões de sementes crioulas. “Acreditamos que esse não é um trabalho que tem início e fim, mas uma constante doação individual e coletiva na resistência e multiplicação da vida, das realidades vividas, da luta por dias melhores.”
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