27 de julho de 2024
A escola teve como objetivo capacitar camponesas e camponeses, quilombolas, assentados da reforma agrária e educadoras e educadores do campo, disseminando práticas de recuperação da saúde do solo e produção de alimentos saudáveis.
Mangaratiba, Rio de Janeiro
Entre os dias 22 e 25 de julho de 2024, o Quilombo Santa Justina/Santa Izabel, em Mangaratiba, Rio de Janeiro, foi o cenário da Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês. O evento, organizado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em parceria com a Fiocruz e com o apoio do Instituto Ibirapitanga, atraiu mais de 50 participantes interessados em práticas de agroecologia camponesa e no fortalecimento da organização camponesa.
A escola teve como objetivo capacitar camponesas e camponeses, quilombolas, assentados da reforma agrária e educadoras e educadores do campo, disseminando práticas de recuperação da saúde do solo e produção de alimentos saudáveis.
A formação foi conduzida por Sebastião Pinheiro, renomado militante e defensor dos direitos das camponesas e camponeses, dos povos das águas e florestas. Pinheiro compartilhou sua vasta experiência e conhecimento sobre o manejo da saúde do solo, assim como a importância da organização e da agroecologia camponesa para o reconhecimento e valorização do Biopoder Camponês.
A programação da escola incluiu diversas oficinas práticas que abordaram temas essenciais para a agroecologia camponesa, garantindo baixo custo e alto rendimento para quem as realiza. Entre os temas tratados, destacam-se o manejo ecológico do solo, a produção de alimentos sem agrotóxicos e a conservação de sementes crioulas. O trabalho conduzido por Sebastião Pinheiro proporcionou um ambiente rico em aprendizado, reconhecimento e troca de experiências.
Na oficina de manejo ecológico do solo, os participantes aprenderam técnicas para recuperação, multiplicação de microrganismos e produção de biofertilizantes – métodos essenciais para melhorar a qualidade do solo sem recorrer a produtos químicos. O MPA defende a importância de cultivar alimentos livres de agrotóxicos, beneficiando tanto a saúde humana quanto a preservação e recuperação da natureza. A conservação de sementes crioulas foi outro tema fundamental, enfatizando a preservação da biodiversidade e autonomia camponesa na escolha de suas sementes na luta contra as multinacionais.
Além das oficinas práticas, o evento também ofereceu momentos de integração cultural e comunitária, fortalecendo os laços entre as participantes e promovendo solidariedade e cooperação. As atividades culturais incluíram apresentações de música e dança, resgatando e celebrando as tradições locais. Esses momentos de confraternização ajudaram a criar um ambiente acolhedor, reforçando a importância do coletivo e da organização camponesa na luta por uma agricultura camponesa que faça frente ao agronegócio.
A escolha do Quilombo Santa Justina/Santa Izabel como local do evento reforçou a relevância histórica e cultural das comunidades quilombolas na luta pela terra e pelos direitos dos povos tradicionais. A região, rica em biodiversidade e com uma história de resistência, ofereceu um cenário inspirador para a realização da escola. Os participantes puderam vivenciar de perto a realidade das comunidades quilombolas, compreendendo melhor os desafios e as conquistas desses povos na defesa de seus direitos e na promoção da agroecologia.
A Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês marca um passo significativo na construção de um futuro mais sustentável para a agricultura camponesa no Brasil. O evento reforçou a importância da agroecologia camponesa como uma necessidade para enfrentar os desafios atuais da agricultura no Brasil. Ao promover práticas de abastecimento popular, a escola destacou a importância de uma produção de alimentos que atenda às necessidades das comunidades locais, garantindo alimentos saudáveis e acessíveis para todos.
Sebastião Pinheiro enfatizou a relevância do Biopoder Camponês na construção de uma sociedade que supere as mazelas da sociedade atual. Segundo ele, o fortalecimento da organização camponesa e a adoção de práticas do Biopoder Camponês, ou seja, o poder nas mãos do povo, são fundamentais para a transformação social profunda que o país necessita.
Para Andresa Paiva, militante do MPA, “o Biopoder Camponês, que só pode ser feito pela agroecologia camponesa, é a chave para a superação do agronegócio. Precisamos valorizar os saberes tradicionais e fortalecer nossas comunidades para enfrentarmos os desafios que temos pela frente”.
Os participantes saíram mais preparados e motivados para enfrentar os desafios da produção agroecológica e fortalecer suas comunidades através do Biopoder Camponês. A escola proporcionou um espaço onde agricultores, quilombolas e defensores da agroecologia puderam se unir em benefício de um objetivo comum: a construção do Biopoder Camponês nas bases do MPA no estado do Rio de Janeiro.
Destacamos, também, a parceria estratégica do MPA com a Fiocruz através da Agenda de Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) para realização dessa escola.
A Primeira Escola de Formação em Agroecologia e Biopoder Camponês foi um marco importante para o Movimento dos Pequenos Agricultores no Rio de Janeiro. O evento reafirmou o compromisso com a organização camponesa do MPA, com a construção da agroecologia e o abastecimento popular, elementos essenciais para a construção da nossa resistência ativa e propositiva frente ao sistema capitalista. Com os conhecimentos adquiridos e as experiências compartilhadas durante a escola, as participantes estão agora mais preparadas para se tornarem “bombeiras e bombeiros” agroecológicos em suas comunidades. Com isso, saem capazes de atuar junto às famílias camponesas para avançarmos na construção e fortalecimento da agroecologia e do abastecimento popular, bem como na promoção da saúde coletiva no campo e na cidade.
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