13 de fevereiro de 2020

Ação social faz parte das mobilizações nacionais da Greve dos Petroleiros. Além do Rio, oito estados brasileiros realizaram atividades de subsídio do gás de cozinha e combustíveis para população.

O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA participou da “Campanha dos Combustíveis a Preço Justo” promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos em seis cidades do Brasil. No Rio de Janeiro os petroleiros venderam o botijão de gás de cozinha a 25 reais e contou com a participação do MPA que junto com os camponeses distribuíram 50 kg de alimentos saudáveis produzidos na região da Baixada Fluminense.

Ao longo da manhã de hoje, mais de 100 famílias de Belford Roxo e região foram beneficiadas com essa ação que faz parte da mobilização em torno da Greve Nacional dos Petroleiros. Moradora do bairro onde aconteceu a venda com subsídio do sindicato dos petroleiros, Maria das Graças Santos ao ser perguntada se a atividade estava ajuda a família dela, a zeladora da Igreja local afirmou “vai me ajudar muito. Eu que economizo gás, vai durar bastante esse botijão, valeu mesmo. A gente precisa muito da Petrobrás, não pode ficar na mão desses estrangeiros se não vamos virar peteca”. O subsidio de desconto dado no preço do botijão pelos petroleiros é uma “forma de alertar os consumidores sobre os prejuízos causados pela política de preços que a Petrobras adota desde 2016 e que faz parte do pacote de desmonte e privatização da empresa” afirma a FUP.

Maria das Graças ainda comenta sobre a falta de informação a respeito da greve “Eu não escutei repórter nenhum falar disso não. Eu assisto mais televisão, mais não escutei falar de greve da Petrobrás”. Os grandes veículos de comunicação no país não noticiam a greve pois existem interesses políticos e financeiros para que a empresa estatal seja privatizada. A greve é uma das maiores da categoria nos últimos 10 anos e a primeira desse ano do governo Bolsonaro. Hoje (13), completam treze dias de greve da FUP em todo o Brasil, são mais de 20 mil trabalhadores mobilizados em 108 unidades do Sistema Petrobrás espalhadas por 13 estados brasileiros.

O Brasil é o país no mundo que extrai petróleo com um dos custos mais baixos do planeta, porém, a Petrobrás reajusta os preços dos derivados nas refinarias de acordo com as variações do mercado internacional. Além disso, a empresa vem reduzindo o uso de suas refinarias, que operam hoje abaixo de 70% da capacidade. Há seis anos, as refinarias operavam com 95% de capacidade. Com isso, o Brasil passou a importar combustíveis que poderiam ser produzidos aqui. Com a venda de oito das 15 refinarias da Petrobrás essa situação ficará mais grave. Essa privatização tornará a gasolina, óleo diesel, o gás de cozinha, mais pesado no bolso do consumidor. O preço médio do botijão de gás já ultrapassa os R$ 80 em alguns estados brasileiros.

Defender a Petrobrás é defender a Soberania Nacional Alimentar e Energética!

Essa situação também atinge a alimentação da população na cidade. Com aumento do diesel e do gás de cozinha, comer no Brasil se torna cada dia mais caro. Para distribuir a produção o pequeno agricultor necessita de combustível para levar seu produto do campo para a cidade, e também para não voltar para o facão e o corte de lenha é necessário um preço de gás de cozinha mais acessível. Defender a Petrobrás pública é defender que o povo brasileiro não volte a passar fome.

Por causa desses problemas sociais no campo e na cidade com a privatização da Petrobrás, o MPA vem apoiando a Greve Nacional dos Petroleiros e participando ativamente das mobilizações, campanhas e da vigília de solidariedade que se mantém em frente à sede da Petrobrás no centro do Rio, na qual 12 jovens camponeses de cinco estados brasileiros seguem construindo a Brigada Marielle Franco.

POR: CAIO BARBOSA E MATEUS QUEVEDO – COMUNICAÇÃO MPA*
*com informações da FUP