20 de julho de 2017
O Pró-Semiárido é um projeto para o campo que não diverge com as pautas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), muito se assemelha, segundo Marli Fagundes, camponesa e dirigente do MPA que está acompanhando o projeto.
Segundo Marli, “por esse projeto os investimentos do governo do Estado, permite uma certa autonomia, são as famílias que coletivamente decidem no que querem investir para a sua comunidade e família, apesar dos limites que sempre existem quando o assunto é investimento financeiro. Poder decidir, é extremamente importante para as famílias que vivem no semiárido e trabalham com a ideia de convivência com o semiárido. Realmente, tem sido um passo importante por parte do governo investir nesse tipo de projeto”. O projeto teve início no mês de julho/2016 e segue em execução.
O Coletivo de Comunicação do Movimento realizou entrevista com engenheiro agrônomo, Jeferson Marques, onde explica sobre o que é o projeto, onde está sendo executado, como está sendo feito e público beneficiado. Ele que contribuiu neste ano de execução do projeto com a função de Coordenador Técnico da Associação de Pequenos Agricultores do Estado da Bahia (APAESBA), associação ligada ao MPA.
Coletivo de Comunicação: O que é o projeto?
Jeferson Marques: O projeto Pró-Semiárido é parte integrante de um conjunto de compromissos do Estado para seguir avançando na erradicação da pobreza, levando serviços e investimentos diretamente para a população. Entre as ações previstas no Pró-Semiárido estão a construção de agroindústrias, sistemas de abastecimento de água, formação técnica para produtores e atuação em redes de cooperação sócio produtiva. Por meio do projeto, da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o Governo do Estado vai realizar investimentos cerca de R$ 300 milhões para ajudar 70.000 famílias a conviverem melhor com o semiárido, em 32 munícipios do sertão baiano.
Coletivo de Comunicação: Quem está organizando e quem será beneficiado?
J.M.:Executado pela SDR, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Rural (CAR), o projeto busca promover a otimização, a capacidade de organização e a gestão no campo, com geração de renda nas atividades agropecuárias. Os recursos serão provenientes de empréstimo com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
C.C.: Onde está sendo realizado?
J.M.: Os 32 municípios estão localizados na região semiárida do centro-norte do Estado, divididos em cincos Territórios de Identidade do semiárido baiano: Sertão do São Francisco, Piemonte Norte de Itapicuru, Piemonte da Diamantina, Bacia do Jacuípe e Sisal. Localidades essas, com mais baixos índices de pobreza e que tem como público-alvo as populações pobres das comunidades rurais. O projeto tem como objetivo melhorar as condições de vida da população, através de um processo de desenvolvimento econômico e sociocultural, ambientalmente sustentável e com equidade de gênero.
Os municípios que serão contempladas são: Capim Grosso, Quixabeira, Várzea do Poço, Caem, Jacobina, Mirangaba, Ourolândia, Saúde, Serrolândia, Umburanas, Várzea Nova, Miguel Calmon, Andorinha, Antônio Gonçalves, Caldeirão Grande, Campo Formoso, Filadélfia, Jaguarari, Pindobaçu, Ponto Novo, Senhor do Bonfim, Itiúba, Queimadas, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Remanso, Sento Sé, Sobradinho, Uauá, Campo Alegre de Lourdes e Pilão Arcado.
C.C.: Como está sendo feito?
J.M.: O projeto possui três componentes, através dos quais realiza investimentos e serviços de apoio ao desenvolvimento, quais sejam: Desenvolvimento Produtivo e Mercado, Desenvolvimento de Capital Humano e Social e Gestão, Monitoria e Avaliação.
Por meio de contratos firmados com 10 entidades de assistência técnica e extensão rural (ATER), são construídos os planos de desenvolvimento e investimento nas comunidades, onde são desenvolvidas diversas atividades junto as comunidades e aplicadas ferramentas que possibilitam conhecer a fundo as características de cada localidade e realidade ali vivenciadas, todo processo é acompanhado por dois técnicos contratados pela CAR, onde um com formação em desenvolvimento social e o outro desenvolvimento produtivo. O projeto utiliza uma metodologia de formação de Territórios rurais (TR), onde os mesmos são construídos a partir de uma média de quatro (04) comunidades, e que essas possuem características semelhantes em diversos aspectos, tais como: cultura, social, produtivo, religioso, entre outros. As comunidades elegem as atividades que desejam que sejam conveniadas, cada atividade é chamada de Grupo de Interesse (GI), para os investimentos destas atividades produtivas, bem como, as atividades de caráter social, o convênio se dá através de associações comunitárias e que essas estejam presentes dentro de uma das comunidades do (TR).
Dentre as dez entidades contratadas, uma delas é a Associação de Pequenos Agricultores do Estado da Bahia – APAESBA, instrumento jurídico ligado ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A atuação da APAESBA, se dá nas comunidades dos municípios de Caém, Jacobina e Várzea Nova, sendo 9 territórios rurais, formados a partir de 39 comunidades. Sua equipe técnica é composta por 10 profissionais, onde: 1 Engenheiro Agrônomo (Coordenador Técnico), 1 técnica em Zootecnia (Técnica de campo), 1 técnica em Agroecologia e Agroindústria (Técnica de Campo), 7 Técnicos (as) em Agropecuária (Técnicos de Campo). Cada técnico de Campo acompanha um território rural, onde as atividades previstas no contrato já foram finalizadas (Construção dos Planos de Desenvolvimento e Investimento).
Por Comunicação MPA
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