8 de dezembro de 2016
Camponeses e camponesas e quilombolas reuniram-se em Seminário nos dias 03, 04 e 05 de dezembro de 2016, na comunidade quilombola de Cambueiro no município de Capim Grosso, foram mais de 100 pessoas discutindo sobre o tema, “Mulheres, Quilombo e Educação: o que temos e o que Queremos?”.A atividade contou com a participação de algumas comunidades quilombola já reconhecida, entre elas a Comunidade onde o evento foi realizado, Cambueiro, o quilombo Várzea Queimada de Caém, o quilombo Tijuaçu de Senhor do Bonfim e a Quilombo-Erê e a Associação Quilombola de Jacobina. Além destas, o Seminário contou com a presença e a participação de pessoas dos municípios de Mirangaba, Miguel Calmon, Jânio Quadro, Brumado, Saúde, Capim Grosso, Ponto Novo, convidados com o objetivo de enriquecer o debate.
Este tema é visto pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) como bastante oportuno para o debate entre mulheres e homens, tendo em vista, que no momento atual a crescente onda de conservadorismo e de retrocesso nos direitos, já conquistados por estes grupos nos últimos anos. Além, de problematizar a ocorrência insistente e alarmante de casos de feminicídio no Estado, que majoritariamente vitima as mulheres negra e empobrecidas.
A atividade é a concretização de um processo de reflexão e ação sobre o papel da mulher na sociedade como um todo e na organização do MPA. Deste modo, a atividade é realizada em paralelo a uma sequência de trabalhos de formação e empoderamento feminino no campo. Esta atividade teve um recorte que considerou as especificidades das opressões sofrida pelas mulheres, todavia, tendo como foco as mulheres negra, quilombola e camponesa. Trabalhando as seguintes mesas temáticas:
No primeiro dia do evento, debateu-se sobre as Políticas Públicas voltadas às mulheres camponesas na Bahia e as ameaças da conjuntura, com a contribuição da facilitadora, Elizabeth Siqueira (Pró-semiárido). Assim como, Presença africana no sertão e as comunidades quilombolas: cultura, organização e identidade no sertão da Bahia, com o facilitador e professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Fábio Nunes. E, não poderia faltar o lançamento do 2º livro das mulheres do MPA, intitulado a Diversidade Produtiva das mulheres do MPA.
No segundo dia, debateu-se sobre a Mulher Negra quilombola e os desafios da superação da violência e discriminação patriarcal, com o auxílio da facilitadora, Rosana do CESE. Assim como, Comunidades quilombola e a luta pela regularização fundiária e garantia de direitos frente ao golpe, com a contribuição da facilitadora, Leila Santana do MPA. Neste dia também foi realizado a Noite Cultural com apresentação de dança AFRO com o grupo de jovens do Quilombo Várzea Queimada e Samba de Roda com o grupo de Cambueiro.
No terceiro dia o tema de debate foi Quilombola: o que temos e o que queremos?, com a contribuição da facilitadora, Saiane Moreira do MPA. Também debateu-se sobre O MPA e o Campesinato Quilombola: como estamos e como nos organizamos? Perspectivas e desafios, com a contribuição de Zé de Jesus, Sirlane e Francisca do MPA.
A escolha dos temas foi baseada nos altos índices de feminicídio por exemplo, em que, hoje no Brasil, cerca de 61% das mulheres que são mortas nestas condições são negras, bem como, podemos ver que esses dados vão para 87% quando se refere a região Nordeste. No caso da Bahia, estes dados sobre mortes por conflitos de gênero, são bem assustadores, pois, este é o segundo Estado no ranking nacional de mais mortes, que tem é o 1º a nível de nordeste. Como diz o ditado, “contra fatos não há argumentos” e nestes casos especifico podemos notar que não há coincidência nestes números e sim o caráter machista e racista desta sociedade, pois, facilmente pode ser detectado na realidade que a opressão e a exploração violenta vivida por estas mulheres (negra, quilombola e camponesa) se dá, de modo em geral, de forma mais acentuada e é invisibilizada pelas condições sociais de pauperização em que estás enfrentam no seu dia a dia.
Além destes dados alarmantes, outro fator notório é o avanço do capital na Bahia para as áreas de comunidades tradicionais como quilombolas e indígenas, o que por consequência joga ainda mais estás mulheres a margem, na opressão, sujeitas e exposta as mazelas produzidas pela lógica predadora do capital.
Assim o MPA visa desenvolver as suas ações e formações no Estado da Bahia, a partir da região Centro Norte e Sudoeste do Estado, na intencionalidade de articular as mulheres negras, camponesas e quilombolas desta região, bem como as militantes já atuante no movimento e também de outras organizações, com o intuito de oferecer ferramentas de subsídios para empodeirá-las, de modo, que cada vez mais, estas, possam enfrentar de forma massiva e organizada essa lógica opressora, racista e exploradora da sociedade capitalista.
Por Comunicação MPA
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