17 de janeiro de 2025
O dia 17 de janeiro de 2025 marca os 29 anos do nascimento do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, a partir de uma conjuntura adversa de crise na agricultura, crise de representatividade e seca prolongada no Sul do país.
Este conjunto de elementos levou a criação de acampamentos da seca que logo levaram a debates sobre a necessidade de repensar a forma organizativa e representativa dos pequenos agricultores. As lideranças destes grupos organizados, sindicatos combativos, logo se articularam com lideranças de outros estados e regiões que vinham enfrentando situações semelhantes e logo se deu origem ao Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, que realizou seu primeiro Encontro Nacional já no ano 2000, em Ronda Alta, no Rio Grande do Sul, contando com representações de seis estados brasileiros.
Neste encontro, decidiu-se que um Movimento Camponês no Brasil precisa ter presença forte na região Nordeste, pois lá está cerca de 50% dos camponeses do país. Assim, iniciou-se um processo de deslocamento de lideranças para levar a proposta do MPA para aquela região.
Estudos e produções intelectuais
Um marco importante para o MPA foi o aprofundamento dos estudos sobre o campesinato, em parceria com pesquisadores e universidades. Esses estudos resultaram em importantes publicações, como os livros “O Campesinato no Século XXI: Potencialidades e Condicionantes para o Seu Desenvolvimento no Brasil”, a “Coleção História Social do Campesinato” e “Mulheres Camponesas”, entre outros.
A recuperação e revalorização dos conceitos de camponês e campesinato foram fundamentais para o movimento. Essas reflexões permitiram ao MPA compreender com maior clareza as políticas dos estados e governos, que seguiam uma ordem mundial desfavorável aos pequenos agricultores. Além disso, reforçaram o papel histórico do campesinato na defesa da biodiversidade, na produção de alimentos, na preservação ambiental e na luta pela manutenção dos territórios camponeses.
A partir daí o MPA se consolidou com pautas como moradia camponesa, crédito de reestruturação da propriedade camponesa e direitos dos camponeses no campo nacional e no campo internacional, seguindo diretrizes da Via Campesina Internacional, que atua em mais de 80 países, representando 200 milhões de camponeses.
Propostas e consolidação do movimento
Com essa base teórica e prática, o MPA consolidou-se como uma das principais organizações camponesas do Brasil. Entre suas proposições históricas estão:
Moradia camponesa: acesso a habitação digna no campo;
Crédito para reestruturação da propriedade camponesa: suporte financeiro para o fortalecimento da agricultura familiar camponesa e sua dinâmica biodiversa;
Direitos dos camponeses: luta pela soberania alimentar, pela preservação do meio ambiente e pelo reconhecimento do papel fundamental do campesinato na sociedade.
Rumo aos 30 Anos
Com quase três décadas de existência, o MPA segue comprometido com a defesa do campesinato. Sua história é marcada por resistência, organização e avanços, construídos coletivamente por milhares de camponeses em todo o Brasil. O marco dos 30 anos que se aproxima é uma oportunidade para refletir sobre os desafios futuros e reafirmar seu compromisso com a transformação social e a construção de um modelo de desenvolvimento que valorize a vida no campo.
Antes de completar os 30 anos, celebrando 29, o MPA é um movimento que encanta em sua caminhada, nos encontros, nas lutas, com a simplicidade do campesinato, entusiasmado com a mística de um povo se junta nos encontros estaduais, nas festas camponesas, nas marchas.
É muito bonito vê a bandeira hasteada balançando ao vento, as frases de luta e afirmações, a rebeldia, a luta, as conquistas, os ideais forjados na Mística revolucionária que arde dentro do peito de cada militante, deixando a sua contribuição histórica para seguir organizando o povo, em busca de uma sociedade melhor, em busca de uma vida digna, aquilo que almejamos da nossa utopia, o socialismo.
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