13 de outubro de 2020
Há um sentimento comum entre as famílias camponesas do Brasil, com poucas exceções, de que a população rural envelhece a passos largos. Esta constatação é confirmada pelas estatísticas oficiais e o envelhecimento da população camponesa é uma realidade. Isto dificulta a reprodução social, enfraquece as comunidades, reduz a convivência, interrompe a transmissão de sabedorias seculares que se dá através da oralidade entre as gerações, reduz a capacidade produtiva, traz impactos negativos na capacidade criativa e tende a reduzir a capacidade inovadora na produção camponesa.
A juventude camponesa tem sido vítima, ao longo de mais de 70 anos na história recente do Brasil, da desterritorialização do campesinato e da perda de identidade. Por falta de renda estável, poucas alternativas de lazer, atração de novos padrões de consumo, dificuldades de acesso à educação, preconceito social, dificuldade de inserção produtiva autônoma no núcleo familiar, penosidade do trabalho, essa juventude tem buscado outros caminhos. E não só por opção, mas por expulsão, pressão ou constrangimento de uma realidade no campo que não oferece as condições para que a juventude permaneça na roça e projete melhores condições de vida e um ideal de existência digna.
Além do mais, a juventude camponesa projeta sonhos de frequentar universidade, de superar a penosidade do trabalho rural, de ser reconhecida socialmente, de participar das decisões familiares e da comunidade, de acessar seus próprios projetos, de viver em liberdade suas relações afetivas.
E é esta juventude que pode dar continuidade ao campesinato e que pode diminuir as distâncias culturais entre campo e cidade sem perder a identidade. Alguns já optam por isto. É necessário que sejam muitos. Haverá riscos sérios para o povo brasileiro, em tempo não muito longo, caso a principal base social produtora de alimentos, as 6 milhões de famílias camponesas, abandonem por completo está labuta por falta de reprodução da vida e da produção familiar de alimentos básicos que abastecem a mesa do povo. Esta é uma preocupação central na estratégia do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA no Brasil.
Com esta reflexão e elementos, os atos realizados pela juventude do movimento durante a Jornada de Lutas, visam motivar e mobilizar os jovens do campo e da cidade sobre a importância da defesa dos territórios camponesas, da permanência e retorno dos jovens ao campo e de promover a construção do modelo de produção agroecológica e de abastecimento popular afim de construir a Soberania Alimentar.
A esperança da continuidade das lutas está na força da juventude, dentro do grande desafio de forjar uma nova geração camponesa com a mística da luta e organização popular. Permanecer ou voltar ao campo é uma tarefa muito importante para a juventude deste novo tempo, pois é seu espaço de vida, luta e identidade. Mas, esta tarefa implica na construção de condições territoriais essenciais: autonomia, geração de renda, acesso à educação no/do campo de qualidade, diversa e contextualiza aos desafios estratégicos de uma consciência camponesa e agroecológica que fomente o papel da juventude camponesa como sujeitos que estimulam a produção de alimentos saudáveis e a promoção da luta por uma vida digna. Estas condições devem ser conquistadas pela própria juventude, em unidade com o corpo do nosso MPA e do campo político no qual integramos.
#ContraFomePorSoberaniaAlimentar
#MovimentodosPequenosAgricultores
#reajacontrafome #alimentoéumdireito
#outubrodelutas #JornadaMPA #EsTiempoDeTransformar #SoberaníaAlimentariaYA
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