9 de dezembro de 2017

“Madrugada Camponesa faz escuro (já nem tanto) vale a pena trabalhar. Faz escuro, mas eu canto porque amanhã vai chegar!”

As camponesas Josi Costa (PI) e Leila Denise (RO) e o religioso Frei Sérgio Gorgen, desde 05 de dezembro estão em Greve de Fome para que os parlamentares retirem da pauta a proposta de Reforma da Previdência Social em tramitação na Câmara dos Deputados.

O gesto empreendido pelos militantes sociais, seguramente, se inscreve em tantos espalhados pelo mundo de resistência pacífica, que historicamente serviram para despertar a consciência de povos e países contra a tirania, o desprezo e autoritarismo de governantes, que, sem o mínimo diálogo, passam por cima de direitos consagrados na, apenas para cumprir os desígnios da idolatria do dinheiro.

O gesto de abnegação e o altruísmo desses irmãos tocam no coração de pessoas de boa vontade, independente de pertença política, religiosa e social. A greve de fome é um gesto destinado a despertar as nossas consciências, quase a única maneira que encontraram de mostrar suas existências e pressionar os detentores do poder político.

A causa em questão direciona-se também para sensibilizar os parlamentares comprometidos com seus eleitores a votarem contra a Reforma da Previdência, que, caso seja aprovada, impedirá a aposentadoria digna dos trabalhadores e trabalhadoras, particularmente os do campo.

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB, se soma às crescentes manifestações de solidariedade de entidades, personalidades nacionais e internacionais, que clamam pela retirada imediata da proposta de Reforma Previdência, à luz da defesa da democracia, dos direitos humanos e da vida de nossos irmãos.

Brasília, 10 de dezembro de 2017

Carlos Moura

Secretário Executivo
Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB