4 de dezembro de 2019

Por Comunicação MPA

Nos cento e oitenta e sete dias de atuação na região sul do Brasil, a brigada composta por quatro jovens, integrantes da Caravana Nacional de Luta Camponesa Alexina Crespo, já passou por diversas comunidades camponeses nos três estados da região. Os jovens, que se desafiaram à jornada, têm compartilhado sabedorias, vivido diversas experiências e adubado as esperanças.

A Caravana utiliza a arte e o resgate à cultura camponesa para alimentar a luta do povo e ,neste tempo de grandes perdas de direitos, reafirma que somente a partir da união da classe se tornará possível a transformação social. Ao todo foram mais de trinta municípios, noventa escolas e sessenta comunidades abrangidas nesta estirada protagonizada pela juventude em nome da emancipação política da classe trabalhadora.

A arte e a cultura têm sido uma maneira prática de provocar o debate dos temas e assuntos mais complexos, adotando um tom lúdico sem perder a essência ou a profundidade, os transformando em acessíveis à população em geral. Sobretudo, o teatro, a música, a mística e a poesia são essencialmente presentes nas atividades realizadas, nelas carregam as mensagens e as simbologias do movimento, transportam conhecimento e informações históricas, conjunturais, didáticas e reflexivas. O seu conceitual casamento gera uma boa assimilação das noções políticas e do modelo de campo e agricultura idealizado pelo MPA.

No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná a caravana têm como objetivo a formação política e a reanimação da base, a rearticulação dos grupos de juventude, mulheres, produção, frentes e coordenações municipais do MPA. Para isso, nas escolas são realizados debates, apresentações, oficinas e palestras, enquanto nas comunidades, reuniões, conversas, mutirões e visitas. Todas essas atividades abordam temas como: preservação das sementes crioulas, nova geração camponesa, diversidade de gênero, nova base produtiva, campesinato e história, território, produção agroecológica e desenvolvimento sustentável. Além disso, os caravanistas participaram de eventos, seminários e formações.

“A experiência está sendo boa, pois além de poder conhecer outras realidades, estamos trabalhando diretamente com o povo. A importância da caravana nesta conjuntura é de poder levar a mensagem do movimento de forma diferente a diversos lugares” relata o jovem caravanista Márcio Kappe, 19 anos, natural do município de Mondaí, em Santa Catarina. As atividades da Caravana Nacional de Luta Camponesa Alexina Crespo nos três estados do sul se encerram no próximo dia 7 de dezembro. Contudo, as expectativas são do fortalecimento da organização nos municípios visitados, dos espaços e frentes, da disposição popular para a luta e da consciência da classe. Também, por meio do acúmulo desta caravana, a perspectiva é que o movimento dê vida a outras experiências com a juventude a serviço da estratégia e da demanda conjuntural.