11 de novembro de 2016
São Gabriel da Palha foi presenteada com dois fatos importantes esta semana. Um deles foi a bem-vinda chuva que trouxe um reforço para o povo camponês seguir resistindo diante da terrível seca que castiga Espírito Santo faz três anos. Povo que é castigado também pelo descaso dos governantes locais em não tratar este problema com seriedade e urgência, e mais uma vez são os pobres que mais sofrem e tem que pagar a conta. Mas felizmente o município teve outro presente, que foi o Encontro Estadual de Mulheres do MPA, realizado entre 8 e 10 de novembro deste mês.
Foram três dias de debates, diálogos, trocas de experiências e formação para cerca de 150 mulheres do estado. Mulheres de diferentes idades, assim como jovens, crianças e os parceiros do movimento, dirigentes do MPA, dirigentes da Via Campesina e Pastores do estado. A programação contou com importantes temas, como conjuntura, apresentada no primeiro dia por Irini Lopes e Raul Krauser do MPA-ES. Ao abordarem o tema um dos principais focos foi em como as mulheres estão sendo atingidas nesse atual processo de perda de direitos sociais operado pelo governo Temer (PMDB), e replicado nos estados e municípios. Com os cortes de investimentos na saúde, educação e nas políticas voltadas para as mulheres, elas mais uma vez são o setor da sociedade mais prejudicado por estes ataques.
Durante a noite ocorreu o lançamento do livro Diversidade Produtiva das Mulheres do MPA, com uma mesa composta por Roseli Maria de Souza (MPA-ES), Leila Santana (MPA-BA), Regiane Soares Rosa (MAB), Rosiele Ludk (MPA-RS) e o professor André Michelato. Um livro escrito e construído por 43 companheiras e dois companheiros do MPA. Feito de poemas, fotos e textos, reúne relatos, ações e saberes sobre diferentes experiências produtivas de mulheres camponesas do MPA de diferentes regiões do país.
No dia 9 o encontro abriu com o tema “A Importância de ser Mulher”, apresentado por Helles Jaqueline Plaster Suela do MPA-ES, trabalhando dinâmicas de autoestima e desconstruindo algumas ideias que são repetidas para as mulheres desde sua infância. Seguido por “Relação de Gênero, Classe e Poder”, com Leila do MPA-BA, um tema que trouxe importantes reflexões e experiências sobre a questão de gênero e LGBTTs a partir da realidade das mulheres camponesas e dos movimentos sociais, e entendendo a mulher como sujeito inserida em uma sociedade machista, patriarcal e de classes sociais. Leila apresentou alguns vídeos e dados para provocar o debate, que foi bem interessante. Pela tarde a plenária se organizou em grupos para participar de oficinas práticas, como: Artesanato de coco, Insumos e biofertilizantes naturais, Plantas medicinais, Bombom de banana-passa e doces, Cuidado da aparência e autoestima, e terapia com Heike. Depois das oficinas a plenária se reuniu para debater sobre “Violência Contra a Mulher”, com Edna do Fórum de Mulheres do ES, abordando práticas e formas de violência comuns que as mulheres sofrem no cotidiano, mas que são naturalizadas em nossa sociedade machista e patriarcal. E selando a Aliança Camponesa e Operária, tivemos a presença dos companheiros Paulo Caires (Paulão), presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Roberto Pereira de Souza, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e Jasseir Alves Fernandes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Espírito Santo.
No terceiro dia o tema de debate foi “Agroecologia e as Mulheres”, com Rosiele Ludk do MPA-RS, uma questão que é fundamental para o MPA, a Agroecologia enquanto forma de produzir e resistência contra o modelo do agronegócio.
Os debates e atividades foram recheados com muita animação, cantoria e músicas, com a contribuição da Maria Zanuncio e demais companheiras. A ciranda também foi outro espaço importante para garantir a participação das mães nas atividades, que teve a contribuição de companheiros, companheiras e da juventude do movimento. E assim este Encontro de Mulheres do MPA foi mais um espaço do movimento para avançarmos no empoderamento das mulheres camponesas, debatendo e refletindo sobre assuntos importantes e do interesse delas. Ajudando a fortalecer as mulheres a partir de suas realidades, valorizando e dando visibilidade ao duplo trabalho que realizam, na roça, no emprego e no lar. Estimulando o estudo e a participação na construção do movimento, combatendo as formas de violência e opressão contra as mulheres no presente, rumo a uma sociedade socialista. Porque este outro mundo de igualdade não vai existir depois da revolução se não o construirmos hoje, na luta cotidiana.
Por Comunicação MPA
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