27 de outubro de 2016

Em debate os rumos do movimento e as ações de resistência ao golpe e em defesa dos direitos.

Nos dias 25 e 26 de novembro o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) reuniu-se em plenária estadual no RS. O encontro, que visou analisar os posicionamentos do movimento frente a atual conjuntura política, econômica e social do país foi realizado em Santa Cruz do Sul, no Centro de Formação São Francisco de Assis. Além da direção estadual, participaram cerca de 200 militantes vindos das dez regionais em que o estado está dividido.

As atividades de formação no primeiro dia contaram com a participação de João Pedro Stédile, liderança popular vinculada ao MST, que apresentou análise de conjuntura no cenário pós-golpe. A dirigente nacional do MPA, Leila Santana, veio da Bahia para apresentar um painel abordando a perca de direitos a que a população está sujeita, em especial o campesinato. Milton Viário, representante da Federação dos Metalúrgicos do RS, detalhou a PEC 241 e seus efeitos a curto, médio e longo prazo. A noite a juventude camponesa realizou atividade reflexiva, evocando com ações de mística cultural passagens representativas dos 20 anos de história e luta do MPA.

No segundo dia foram debatidas as pautas atuais, sob a coordenação de Frei Sergio Görgen, integrante da coordenação nacional do movimento. A conscientização política da massa, a luta por nenhum direito a menos, o afastamento imediato do presidente ilegítimo Temer e a convocação de eleições diretas foram pontos de pauta centrais definidos pela Frente Brasil Popular. Nos pontos específicos de debate, amparados por material produzido pela direção nacional, foram abordados temas como a previdência e aposentadoria, moradia popular, financiamentos, saúde pública, educação, desprezo pelo pequenos agricultores, encolhimento do bolsa família, preço de energia elétrica, passagem de ônibus e seguridade social para pessoas com deficiência e doentes.

O dirigente Plínio Simas, membro da coordenação estadual, avaliou a plenária: “O encontro foi realizado num divisor de águas, neste momento pós golpe, oferecendo aos participantes uma análise aprofundada da conjuntura política, econômica e social”. Destacou ainda que o movimento reafirma seus princípios em defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade com continuidade de lutas massivas e mobilizações de conscientização da população. “Precisamos ainda dar continuidade na implantação do plano camponês, na produção de alimentos saudáveis e combatendo os inimigos dos trabalhadores, representados pelo agronegócio e pelo mercado financeiro”, destacou. “Entendendo que é uma conjuntura adversa, mas por outro lado também aflora as contradições onde poderemos dar um salto de qualidade na unidade da classe trabalhadora em curto e médio prazo retomar o desenvolvimento de forma sustentável e contínua”, concluiu.

Por Marcos Corbari  jornalista, camponês – Comunicação MPA