11 de dezembro de 2018
Numa cerimônia que emocionou os presentes, o Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), na pessoa do Frei Sergio Görgen, recebeu no fim da tarde desta segunda-feira, 10 de dezembro, o Prêmio Nacional de Direitos Humanos João Canuto, uma homenagem e reconhecimento do Movimento Humanos Direitos (MHuD) que reúne professores, religiosos, atores, diretores de TV, músicos, cineastas, escritores e fotógrafos, entre outros artistas.
A cerimônia foi realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro (RJ), e também marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos, a data foi instituída pela Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), ainda em 1948. Com a memória bem viva, fruto das experiências das duas Guerras Mundiais, a Declaração Universal foi assinada por 58 Nações e teve como objetivo promover a paz e a preservação da humanidade, a data marca ainda a primeira ocasião em que os países chegaram a um acordo sobre uma declaração abrangente de direitos humanos inalienáveis.
No Brasil, o Prêmio João Canuto, completa 15 anos e foi criado com o objetivo de resgata a história de um dirigente sindical do Pará que foi perseguido e assassinado porque defendia os trabalhadores rurais e a lutava pela reforma agrária. Razões pelas quais, neste fim de semana dois sem-terra foram assassinados na Paraíba, triste realizada que só reforça a necessidade de os acordos internacionais e a nossa Constituição Federal serem mantidos, mas principalmente serem assegurados.
Frei Sérgio, quando do recebimento do prêmio das mãos da atriz Bete Mendes, destacou a importância deste reconhecimento, “quero agradecer de coração por vocês dos Direitos Humanos, em especial por terem lembrado dos camponeses e camponesas neste momento, vocês ajudam a dar visibilidade àqueles e àquelas que são condenados à invisibilidade, ajudam a trazer a cena cultural e política do país aqueles que são condenados ao silêncio”. Destacando contribuição e participação do Padre Ricardo Rezende, que segundo ele, “é um grande articulador”.
Na ocasião, Frei Sérgio relembrou em sua fala que em todos os golpes de Estado, os camponeses e as camponesas sempre estiveram entre os primeiros a serem perseguidos, silenciados e massacrados. “Porém sempre resistiram, sempre estiveram dispostos a defender a verdade e não será diferente agora”, arrematou, fazendo menção ao momento atual, onde os militantes sociais passam a conviver sob o estigma do terrorismo de Estado.
O coordenador nacional do MPA, ainda fez referência à violência que tem sido praticada contra militantes sociais, fatos que, neste período, tem ganho repercussão por meio das vozes de intelectuais, artistas, lideranças políticas do campo progressista e veículos da mídia alternativa, mas pediu que também se dê atenção aos lutadores e lutadoras camponeses que tem sido exterminados sistematicamente. Ao final da fala, já abraçado por seus companheiros de movimento, dedicou o prêmio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Acredito que neste momento milhões de brasileiros e brasileiras se sentem silenciados junto com ele, no cárcere político a que está sujeito em Curitiba”, relembrando que cada um deve se sentir desafiado a ser a continuidade da voz de Lula nesse momento histórico onde resistir é imprescindível.
Além do MPA, a cerimônia homenageou outros defensores dos direitos humanos: Aton Fon Filho – Advogado da Rede Social de Justiça SP; Padre José Amaro Lopes de Sousa – CPT Comissão Pastoral da Terra – Anapú PA; Eva Rete Mimbi Benite – indígena Guarani Bya – Paraty RJ; Bando Cultural Favelados da Rocinha RJ; Tete Moraes – Cineasta RJ; Elisa Lucinda – Atriz e Escritora e Adolfo Perez Esquivel – Prêmio Nobel da Paz – Argentina. Outros homenageados, in memórian, foram Marielle Franco – assassinada em 14 de março de 2018 – e o Museu Nacional – que incendiou em no centro do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro deste ano, destruindo a memória de uma cidade que foi capital do Império. A programação do evento ainda contemplou um momento de debate com agradecimento e convidados como Marco Lucchesi, Presidente da Academia Brasileira de Letras.
Sobre o MHuD
Foi fundado em 2003 por um grupo de artistas, professores, padres com a intenção de por meio da imagem pública de artistas engajados na causa, dar visibilidade às violações dos direitos humanos como o trabalho escravo, a prostituição infantil, a luta pela demarcação das terras indígenas e das áreas dos quilombolas e em favor de ações sócio-ambientais. As ações e luta do MHuD pela erradicação do trabalho escravo tem sido permanente e tornaram-se a principal bandeira de luta do Movimento, com o engajamento dos artistas em diversas campanhas, vídeos, manifestos, visitas as áreas de conflito e as pessoas ameaças de morte.
Hoje as Atrizes Dira Paes e Camila Pitanga coordenam o MHuD com militância exemplar, que vai muito além das fronteiras da arte. Ao longo dos quinze anos de existência do Movimento, foram agraciadas dezenas de pessoas e instituições de diversas áreas que se destacaram na defesa da dignidade das pessoas e dos Direitos Humanos.
Na data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa setenta anos, faremos a cerimônia de agraciamento do Prêmio João Canuto 2018, precedida de debate com agraciados e convidado como Marco Lucchesi, Presidente da Academia Brasileira de Letras.
Por Comunicação MPA – com informações do MHuD
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