12 de dezembro de 2024
Durante o IV Encontro Nacional e Feira Camponesa das Mulheres do MPA aconteceu a 1ª roda nacional de conversa LGBTI+ com presença de 40 sujeites de quatro grandes regiões.
O debate da diversidade e nova geração camponesa no MPA deve aprofundar e contemplar as demandas e a presença das pessoas LGBTI+ no campo, nas águas, nas florestas e nas cidades. Desde 2015 há a proposta de construir o coletivo LGBTI+ tendo por objetivo elaborar e acolher em nossas pautas as especificidades como sujeitas e sujeitos dentro da luta coletiva para a construção de um projeto popular para o Brasil.
Se faz necessário ampliar os espaços dentro da organização para construção de um movimento revolucionário que respeite e acolha as LGBTI+ como sujeites políticos que são potencializando a luta de classe.
Como trazer as LGBTI+ para a luta? Essa roda foi proposta pelo MPA para debater e construir esse caminho. Por saber que no processo revolucionário precisamos de todes sujeites, compreendendo a importância de cada indivíduo em sua diversidade para o movimento.
A partir dessa roda, o objetivo é reafirmar nossa presença e requerer a internalização do debate LBGTI+ no movimento e com isso aquecer a construção dos coletivos nos territórios e estados.
A Carta Compromisso do IV Encontro Nacional de Mulheres Camponesas no MPA, de 2024, diz o seguinte:“Afirmando a importância desses sujeitos na construção do campesinato brasileiro e a necessidade de organização dos coletivos territoriais que culminam em um processo de construção vinculados à organicidade e a estratégia nacional. Assim, reforçamos a necessidade do compromisso coletivo de nossa organização para seguir na construção de um movimento plural, que valorize as especificidades regionais e a diversidade dos povos brasileiro”.
Há uma falsa dicotomia de que as LGBTI+ são melhores aceitas nas cidades e menos no campo, mas sabemos que a violência e a LGBTfobia está igualmente presente na cidade e para nós ainda se soma a discriminação por sermos camponeses, além do racismo e opressão de classe.
Por isso além da luta pela afirmação e humanização de nossas identidades e vidas, também é luta das LGBTI+ no campo: a Reforma Agrária, a soberania alimentar, agroecologia camponesa, o abastecimento popular, acesso e produção de cultura, educação no campo e para o campo, educação popular, cuidar das sementes crioulas, o acesso a saúde de qualidade que atenda nossas especificidades, a luta contra o avanço do agronegócio no campo e o patriarcado em nossas relações, entre outras mais que são comuns à classe camponesa.
Por isso, precisamos além de organizar nossos coletivos, nos colocar para contribuir nas tarefas da organização para buscar os direitos de toda a classe camponesa/operária por terra, por moradia digna, por educação de qualidade e condições de permanência, por saúde, por água, por transporte, por políticas públicas para a produção camponesa menos burocratizadas, contra as violências de gênero e do estado nas periferias contra as juventudes no campo e na cidade.
O desafio está posto. Vamos precisar trabalhar muito, perder o sono e estar em movimento. Ser militantes. E ser militante é “ter amor ao povo”, não só na hora que dá vontade, não só do que me atinge, mas sim, do que atinge ao povo oprimido. Luta que não é materializada é utopia. Em casa, na rua, em todo o canto, ser militante não é brincadeira. Se se colocar nessa posição, saiba que fez um compromisso com o povo. No próximo Congresso teremos nossa plenária se pudermos contar com todo o nosso esforço, com o trabalho de nossas mãos.
Mais do que trazer mais pessoas LGBTI+ e organizar o coletivo, devemos nos colocar para estarmos organizades, pois a revolução não será feita só pelas LGBTI+, mas também não será feita sem nós.
Nota da Redação: A realização do IV Encontro Nacional e Feira Camponesa das Mulheres do MPA contou com o apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, da Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, da Secretaria de Educação – SEC, da parceria com a Fundação Banco do Brasil e do patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.
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