13 de novembro de 2024
Texto e fotos: Paulo Miranda
O 1º Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária: uma política pública em construção, realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Fiocruz Brasília, em uma ação conjunta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), reuniu cerca de 100 representantes da sociedade civil, de instituições técnico-científicas e de diferentes órgãos do governo federal que atuam com cozinhas solidárias.
A iniciativa da sociedade civil “abraçada” pelo Governo Federal, instituído em 2023 (Lei n.º 14.628) e regulamentado em 2024 (Decreto nº 11.937). O Programa Cozinha Solidária apoia iniciativas da sociedade civil que fazem o alimento chegar a quem mais precisa, com o preparo e com a distribuição de refeições em todo o país.
Um mapeamento do MDS identificou que há mais de 2 mil cozinhas solidárias no Brasil. Destas, cerca de 360 cozinhas estão sendo apoiadas entre 2024/25 por meio do primeiro edital do Programa, organizado em três modalidades: 1) apoio à oferta de refeições; 2) fornecimento de alimentos in natura e minimamente processados; 3) apoio à capacitação do público que atua nas cozinhas.
Anderson Amaro, coordenador nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e representante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, participou do encontro, onde palestrou na mesa sobre “Cozinhas Solidárias: tecnologia social de valorização da diversidade alimentar, da participação popular e social, da agricultura familiar e da sustentabilidade”.
A mesa foi composta também por Paulo Mansan (Projeto Mãos Solidárias), Fábio Kobol Fornazari (Departamento de Aquisição e Distribuição de Alimentos Saudáveis (SESAN/MDS), Kelma Christina Melo dos Santos Cruz (Diretoria de Política Agrícola e Informações e Companhia Nacional de Abastecimento) e Ana Carolina Silva e Souza (Coordenação-Geral do Programa Cozinha Solidária – DESAU/SESAN/MDS).
Segundo Anderson, o combate à fome por meio do Programa Cozinha Solidária sempre contou com o apoio do MPA em vários estados, tais como, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Rio Grande do Sul, onde o movimento fornece alimentos para Cozinhas Solidárias do MTST, especialmente arroz, feijão, batata doce, mandioca, ovos, carne e verduras diversas.
A luta principal do MPA, diz Anderson, visa a integração do Campo e da Cidade, ou seja, dos trabalhadores do Campo, com os trabalhadores da cidade, para que a gente consiga construir uma articulação que leve para a mesa do povo um alimento, e não é qualquer alimento, mas um alimento saudável, da agroecologia da agricultura familiar.
Neste processo de integração campo cidade, Anderson aponta a importância de quatro pilares básicos do sistema alimentar: a capacidade de produção no campo, a segurança de que esse produto sabe onde vai chegar, com a logística da entrega, do preparo e da distribuição da comida.
Anderson disse também que a agricultura familiar camponesa está preparada para fornecer alimentos de verdade para o povo brasileiro, inclusive a proteína, apesar da resistência das poucas empresas da cadeia de carne, que tenta a todo custo impedir o desenvolvimento dos processos que vão permitir a entrega desses alimentos.
“Nós já mostramos que somos capazes. O Brasil já saiu do Mapa da Fome e vai nesse rumo de novo, pois 24 milhões de pessoas saíram dessa situação”, diz, acrescentando que a cozinha solidária é mais do que a comida do prato, é uma garantia da segurança alimentar, da verdadeira segurança alimentar por meio das comunidades e da agricultura familiar.
Anderson finalizou sua palestra abordando a Missão Josué de Castro, ressaltando a mensagem de Josué de Castro, o patrono da nossa Missão, que há muitos anos afirmou: “O primeiro direito do homem é o de não passar fome”. Portanto, concluiu, a gente tem que perseguir sempre numa perspectiva de garantir o acesso ao alimento, alimento de qualidade.
Íntegra das outras mesas:
MESA DE ABERTURA – O Programa Cozinha Solidária: da ação emergencial de combate à fome à construção de política pública para a garantia da segurança alimentar e nutricional.
MESA 1 – Histórico, panorama brasileiro e perspectivas do Programa
Cozinha Solidária: O marco zero
Ana Perles – Movimento dos (as) Trabalhadores (as) Sem-Teto
Patrícia Gentil – Departamento de Promoção da Alimentação Saudável (SESAN/MDS)
Natalia Tenuta – Agenda de Saúde e Agroecologia – Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Mediação: Jorge Pereira Filho – Instituto Rosa Luxemburgo
OFICINAS DE TROCAS DE SABERES E EXPERIÊNCIAS
Grupo 1 – Cultura alimentar, comunidades, territórios, sustentabilidade e práticas ancestrais (Sala Vermelha).
Facilitação: Camila Carneiro – Assessora do Gabinete da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para Povos e Comunidades Tradicionais
Grupo 2 – Tecnologia social: autogestão, inovação, educação popular e participação social (Sala Roxa).
Facilitação: Ana Paula Bortoletto – Universidade Estadual de São Paulo
Grupo 3 – Sistemas alimentares, equipamentos de SAN, economia solidária, agricultura, agroecologia, geração de trabalho e renda
(Sala Verde).
Facilitação: Anelise Rizzolo de Oliveira -Universidade Federal de Brasília
Grupo 4 – Saberes populares, perspectivas de cuidado e saúde (Sala Laranja).
Facilitação: Denise Oliveira – Fiocruz Brasília
Noite cultural: Aquilombar (CLN 404 BLOCO E – Asa Norte).
Com o lançamento das publicações: Cadernos OBHA e Relatório Fiocruz.
MESA 3 – Relatos da vivência prática das cozinhas solidárias durante a emergência climática no Rio Grande do Sul.
Ana Mattos – Equipe do Programa Cozinha Solidária (MDS)
Angela Comunal – Cozinha Solidária da Associação de Mulheres Maria da Glória
Vladimir Duarte – Representante do CONSEA/RS
Fernanda C. França de Vasconcellos – Grupo de Estudos e Pesquisa em Alimentação, Agricultura e Desenvolvimento (UFRGS)
Mediação: André Burigo – Agenda de Saúde e Agroecologia – Fiocruz
GRUPOS DE TRABALHO
GT 1 – Processos formativos e trilhas de aprendizagem: uma construção com as cozinhas solidárias (Sala Roxa).
Facilitação: Adriana Sacramento e Clóvis Souza – Diretoria de Educação Popular da Secretaria Nacional de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República
GT 2 – Produção de conhecimento sobre cozinhas solidárias: Monitoramento, Avaliação, Sistematização e Pesquisa (Sala Verde).
Facilitação: Semiramis Martins Álvares Domene – Universidade Estadual de São Paulo
PLENÁRIA (Auditório interno)
Escuta e discussão das colheitas dos Grupos de Trabalho.
Encerramento do Encontro Nacional de Cozinhas Solidárias
Patrícia Gentil – Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Hermano Castro – Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |