10 de janeiro de 2022
Diante do anúncio da saída da Irmã Lourdes do Projeto Esperança/Cooesperança, manifestamos:
1. Na totalidade, O MPA é formado por famílias camponesas, tem abrangência Nacional e caráter popular, de massa, autônomo e de luta permanente. Atualmente, o MPA está em 17 estados do país (SC, PR, MT, GO, DF, RO, PA, PI, CE, SE, PE, AL, BA, ES, RJ, MG, RS) e, no Rio Grande do Sul, em mais de 100 municípios. A cada ano, mais estados somam-se na luta. No Brasil, o MPA organiza-se com a Frente Brasil Popular e, internacionalmente, organiza-se com movimentos sociais de outros países 1 através da Via Campesina (La Via Campesina), da CLOC (Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo), da FIAN (FoodFirst Information & Action Network) e da ALBA (Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América).
2. Na ação consciente do trabalho, intervindo na natureza e sendo parte dela, camponeses e camponesas disputam o território com o agronegócio. São projetos muito distintos e, por isso, a territorialidade da luta de classes impacta na superexploração dos sujeitos que ocupam a terra como meio de vida, como indígenas e camponeses, principais sujeitos atendidos pelo Projeto Esperança Cooesperança, mas que também refratam nos trabalhadores urbanos, onde esse projeto faz chegar o alimento saudável.
3. À luz do evangelho, nos somamos nos ideais do Papa Francisco, que defende que nenhuma família fique sem casa, nenhum camponês fique sem terra, nenhum trabalhador sem direitos e junto aos lutadores e lutadoras de uma mobilização que mostra a grandiosidade da coletividade, tendo como opção preferencial pelos pobres como é o Projeto Esperança Cooesperança, na pessoa da nossa querida e incansável Irmã Lourdes Dill, que ilumina os passos da utopia para que não nos percamos pelo caminho, para que possamos seguir firmes. O campesinato inscreve-se, fundamentalmente, acerca da lógica que se estabelece nas relações produtivas a partir da terra como meio de produção, mas também como meio de vida para as comunidades e que, igualmente, faz refletir sobre as organizações da classe trabalhadora para além dos territórios que ocupam.
4. A Irmã Lourdes é uma das imprescindíveis que contribui junto ao campesinato organizado, na luta contra os processos históricos de violências que geraram o empobrecimento no campo, o êxodo rural, a negligência das políticas públicas nos territórios onde vivem e trabalham, o subjugo da identidade e da cultura dos diversos povos que conformam o campesinato.
5. Reconhecemos o valoroso trabalho da Irmã Lourdes à frente deste grandioso projeto e todos os projetos adjacentes que nascem a partir dessa experiência aprendente e ensinante. Não temos como mensurar a importância para toda região central do RS, colocando Santa Maria como capital Latino-americana de Economia Solidária, levando esta experiência para o mundo.
6. Produzir alimentos é missão do campesinato e na pessoa da Irmã Lourdes vemos concretizar a luta incansável para aproximar o alimento do povo. A nossa prática agroecológica alcança a região central do estado por meio dos muitos braços, mãos e coragens inspirados na Irmã que é principal incentivadora da diversificação produtiva de alimentos, pois conhece a cadeia que aprisiona na produção dos monocultivos, com ênfase a produção de tabaco. Na luta pela vida, de todos, todas e da mãe terra, nos somamos. O campesinato organizado conduz os passos desse Movimento nos moldes inspiradores da economia solidária e é por tudo que se construiu e por toda a luta que temos pela frente que manifestamos a nossa vontade e pedimos humildemente a permanência da Irmã Lourdes à frente da deste grandioso projeto.
Muito respeitosamente, agradecemos vossas atenções
Movimento dos Pequenos Agricultores
Rio Grande do Sul, 05 de janeiro de 2021.
Leia o documento na íntegra aqui.
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