28 de outubro de 2021
Douglas Alvaristo
Barra de São Francisco | Rede Bem Viver
Durante os dias 23 e 24 de outubro de 2021 foi realizado o Curso de Sintropia com Paulo Radaik no Sítio Bela Aurora em Barra de Francisco, no Espírito Santo. O curso foi promovido pela Rede Bem Viver e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em parceria com a Família Marim (proprietária do sítio) e contou com 15 participantes de diversos municípios capixabas e do estado da Bahia.
Agricultura sintrópica é o nome dado a um tipo de agricultura baseado no “sintrópico”, isto é, num sistema organizado, pela interação, equilíbrio, compreensão e melhor uso da energia e que tem como genitor Ernst Götsch, que é agricultor e pesquisador suíço, formado em ciência genética. Ernest por meio de seus estudos gerou esta agricultura que é rica e permite o desenvolvimento de sistemas de cultivo em abundância. Cabe destaque que grande parte de seus estudos se deram no Bioma Mata Atlântica, eleito entre os 25 Biomas com maior necessidade de cuidados devido a sua fragmentação e fragilidade.
Para Sérgio Marim que é agricultor e terapeuta integrativo holístico a agricultura sintrópica é “produzir comida e produzir a própria comida do solo no mesmo espaço, até então tudo que eu tinha olhado, até na agricultura orgânica, a comida do solo vinha muitas vezes de fora”, “além disso é a diversidade, tem aproveitamento de água, irrigo várias plantas, que vão produzir em tempos diferentes, hoje tenho dificuldade de fazer plantio sozinho”. Sérgio complementa, “se você acertar os tratos, você produz e preserva no mesmo espaço”.
A terapia integrativa holística, trabalha o desafazer do ego para alguma coisa maior, na sintropia é a mesma coisa, as plantas trabalham para o sistema, não é o sistema que trabalha para a planta. Quando você poda, é um corte de egos, para fortalecer o sistema, fortalecer o todo complementa Sérgio. Esta fala corrobora com um ensinamento de Ernest “não é agricultura de insumos, é agricultura de processos”. Isto é, é uma agricultura com gente, com manejo, com estudos, análises e ação.
Você começa com pouquinho, faz manejo, amplia, faz poda, traz outras plantas para o sistema, isso é terapia. Dizem que somos filhos da luz, a sintropia é isso, é a busca da luz convertida em biomassa, em vida, conclui Sérgio.
A primeira área de sintropia foi construída por meio de um curso, também realizado por Paulo Radaik há 04 anos, foram envolvidas famílias do Organismo de Controle Social (OCS) São Francisco o qual a família faz parte e é integrante a Rede Bem Viver, que naquele período estava em incubação.
Com o passar dos anos, foi amadurecido o conhecimento junto a família que sempre manteve contato com Paulo que é um grande parceiro e construíram outras áreas, cada uma homenageando suas raízes ancestrais, isto é, foram nomeadas com os sobrenomes de seus antecessores.
Num sentimento de perseverança é que se realiza novamente um curso no espaço da mesma sintropia construída há quatro anos, com o estudo e reflexão sobre o novo momento do espaço, dos manejos necessários.
Para Paulo Radaik, ao falar sobre a atividade, indica que a “importância está na gente poder sentir o avanço do sistema, entender como que esta integração das plantas fez o sistema avançar em água, diversidade, matéria orgânica. Plantas que chegaram e fizeram que o sistema prosperar, agora é causar ‘distúrbio’. Vamos imitar o que o furacão, a tempestade faz na mata, vamos reiniciar o sistema. Neste momento, vamos pegar toda a acumulação e transformar em sistema de abundância. Acumulou, o próximo passo é distribuir abundância.
Paulo ainda complementa ao se referir sobre abundância, “a primeira coisa que me vem na cabeça é de que as pessoas são capazes, tem um pertencimento e uma função externalizadas, vai colocar a função dela ‘pra fora’, função de contribuir com a melhoria da área, da região, do estado, até chegar no planeta, esta é nossa função na terra, caminhar para um sistema de abundância”.
Douglas Alvaristo que é mobilizador da Rede indica “a importância da integração, o juntar de pessoas, famílias que geograficamente distantes possam se perceber numa rede, na Rede Bem Viver”, “quando estudamos sintropia, agrofloresta, agroecologia, estamos recuperando algo que nos foi tirado, que é o pertencimento ao planeta, o seu estudo e compreensão, vivemos num organismo vivo que conversa conosco, o que estamos fazendo é reaprender a ouvir, ver e enxergar”.
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