13 de novembro de 2017
Este fim de semana, 11 e 12 de novembro teve um sentido especial para o MPA em Rondônia, os camponeses e camponesas do Movimento no Estado realizaram, de forma paralela, três atividades com mulheres e crianças. Um Encontro Municipal com entorno 40 mulheres em Alto Paraíso ao Norte do Estado, o outro foi um Encontro Regional reunindo três município, com a presença de mais ou menos 40 mulheres na cidade de Santa Luzia e o terceiro Encontro também foi Regional, com a participação de aproximadamente 45 mulheres realizado em Cabixi ao Sul do Estado.
Entre os temas abordados nos encontros estão a retirada de direitos, reforma da previdência, educação, como as medidas adotadas pelo governo Temer tem afetado as mulheres e as construções das próximas lutas e o 8 de março. Atividades como estás, além do 8 de março, tem sido realizadas todos os anos no Estado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
“Esse ano definimos por fazer os Encontros nas Regionais ou Municipais, em outubro realizamos 3 encontros em três municípios que foi em Ouro Preto do Oeste, Nova União e em Tarilândia que é um Distrito do município de Jaru. Esses Encontros Municipais reuniram aproximadamente 20 mulheres cada um, todos organizados pelo MPA”, explica a camponesa e dirigente do MPA, Leila Denise.
Todos os encontros tem sido organizados e conduzidos pelas companheiras da Coordenação Estadual do Movimento nos municípios que tem se desafiado a tocar as atividades e os debates. O material que tem subsidiado os encontros são as elaborações do Momento e do Coletivo Nacional, bem como, as construções no Estado e as análises de conjuntura da MPA e movimentos parceiros de luta. “Os temas foram as retiradas de direitos e as mulheres o que isso tem haver, como afeta as mulheres e também fazer um levantamento de como a retirada de direitos e cortes nos investimento tem afetado os camponeses em especial as mulheres. O que elas tem relatado é quem já tem visto, como tem afetado os municípios e junto a isso, a necessidade de construirmos as lutas para os próximos períodos”, aponta a dirigente do MPA.
Construídos o mais dinâmicos possíveis os encontros também contaram com a Ciranda Infantil e a avaliação que o Movimento tem feito é positiva, pois a estratégia de realizar os eventos em níveis regionais e locais já contempla mais de 200 mulheres apenas com esses encontros e tem mais para ser realizados, então quem sabe com apenas um encontro estadual não atingiríamos tantas mulheres assim, relata Leila.
“Nos debates tem vindo muitos elementos, reclamações nos debates e quando fazemos o estudo, por exemplo, a questão do preço da energia, as mulheres tem relatado que a energia todo mês aumenta um pouco, o preço do gás, a outra coisa é o preço dos produtos para venda que tem baixado muito”, conta Leila. No Estado os laticínios tem baixado o preço pago pelo litro de leite entre 70 e 80 centavos.
Entre as reclamações também estão o acesse a saúde pública pelo SUS que tem se limitado cada vez mais o número de exames, enquanto o Estado e a Estado pela mídia tem estimulado as mulheres a fazer o preventivo do câncer de mama, por exemplo, porém quando as mulheres procuram as Unidades para realizar o preventivo tem um limite de vagas, se tiver que dar continuidade e fazer exames precisa se deslocar do município, sem contar a burocracia.
A Educação tem sido outro ponto bastante presente, pois além dos problemas cotidianos que o estudantes do campo no Estado enfrentam como a interrupção do transporte escolar no período de chuva, as estradas ruins dificultam o acesso pois não há Escolas no Campo em todos os municípios, também há a dois novos desafios que o Movimento enfrenta no Estado, e tem encampado a luta com bastante dedicação e força que é militarização das escolas. Denuncia a camponesas:
– “Isso significa que tem escolas públicas que estão sendo militarizadas, ou seja, o comando, a gestão e os professores são todos militares, que não é a mesma coisa das escolas militares, é militarizar a escola é colocar os policias e suas hierarquias para dentro das escolas, já temos uns 5 municípios onde temos pelos menos uma escola militarizada. Enfim, estamos fazendo esse debate com a população, dos prejuízos quanto a isso, inclusive da inconstitucionalidade desse programa, já que a Constituição nos garante uma Escola Pública, garante a participação efetiva da Comunidade e das Organizações Sociais nas escolas e com a militarização vamos perder esse direito ferido”.
Entre os relatos, frutos dos encontros estão a reordenação de Escolas Municipais, o Governo do Estado junto com alguns municípios estão passando as turmas de sexto a nono ano para o Estado isso afeta diretamente os filhos e filhas dos camponeses e camponesas no Estado, pois há várias Escolas Polos nos municípios, se passar e essas Escolas Polos municipais para o Estado essas turmas terão que sair do campo para ir estudar numa escola Estadual na cidade.
“Isso é complicado porque vai contra o direito do estudante do campo de estudar no campo, e ter um conteúdo voltado para o campo, sem contar que irá criar um outro problema que nós já temos, que é superlotação nas escolas afetando a qualidade do ensino prejudicado os estudantes, isso tem vindo em todos os encontros”, denuncia Leila Denise.
A saúde, a educação e essas questões relacionadas aos preços, em especial da energia e gás tem sido as maiores reclamações vindas do Encontros, “mas há um disposição das companheiras em fazer alguma coisa, inclusive ter sido relatado em todos os encontros, nós temos que fazer alguma coisa não podemos ficar assistindo tudo isso de braços cruzados, sabemos que o Brasil é um país rico, Rondônia tem suas riquezas também e precisa ser feito alguma coisa”, aponta Leila Denise.
Por Comunicação MPA
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