8 de novembro de 2020

Neste sábado, dia 7 de novembro, fomos surpreendidos com a notícia de que Anderson de Oliveira, conhecido como Mola, então vereador pelo PDT em Alto Paraíso, Rondônia, foi sequestrado e torturado para que deixasse de apoiar um candidato a Prefeitura no município.

Anderson estava vereador, mas já foi dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores no município e no estado, filho de agricultores que sempre participaram do MPA – ele chegou a ser deslocado em 2007 para realizar trabalhos com a juventude no estado do Paraná. Liderança comunitária, professor de capoeira, sempre batalhou com o esporte a cultura e a arte como ferramentas no processo da luta de classes, e na recuperação de crianças e adolescentes em situação vulnerável.

O MPA vem a público manifestar toda solidariedade com Anderson e sua família, manifestamos também nosso repúdio e indignação pela ação fascista, num país que tem a democracia e a liberdade de expressão garantida na sua constituição e deveria ser zelada por quem concorre a cargos públicos.

Segundo o relatório “Violência Política e Eleitoral no Brasil – Panorama das violações de direitos humanos de 2016 a 2020”, lançado pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global no fim do mês passado, o Brasil contabilizou pelo menos 327 casos de violência contra representantes eleitos, desde 2016. Mais de 90% das vítimas de atentados e assassinatos são vereadores, prefeitos ou vice-prefeitos (pré-candidatos, candidatos ou eleitos).

O relatório chama atenção para o fato de que “em muitos casos, os agentes atuam em rede e as ocorrências de violência têm conexão com a atuação de grupos e organizações criminosas, movidos por uma variedade de interesses locais”. As forças fascistas agem para que o crime, a violência e o medo se tornem cotidianas em nossas vidas. Para que nossa voz cada vez mais seja abafada, por isso, não nos calaremos.