27 de outubro de 2016

O Espírito Santo atravessa uma das maiores secas de sua história, a falta de água já é realidade em grande parte de seus território, ignorados pelo Governo, camponeses e camponesas da Águia Branca, região noroeste do estado decidiram começar por conta própria um programa de recuperação e preservação de nascentes nas comunidades.

Foi de baixo de um frondoso pé de oiti na comunidade Córrego da Onça, interior de Águia Branca,  que camponeses e camponesas decidiram se encontrar na ultima terça (24), para debaterem as estratégias de preservação e recuperação de nascentes de suas propriedades. Organizados no Movimento dos Pequenos Agricultores- MPA, as famílias decidiram que irão recuperar ao menos uma nascente por unidade produtiva, e a primeira ação seria o cercamento das mesmas.

Davi Matuchak, camponês da coordenação do Movimento no município, explica que o cercamento é o primeiro passo para recuperar a nascente. “ assim se impede que animais entrem, pisoteiem e contaminem a fonte, nossa proposta é que todas as famílias da base no município que tenham nascentes na unidade produtiva sem proteção sejam protegidas”, relata Davi.

Durante o dia foi realizado uma oficina de imunização alternativa de  mourões de madeira para cerca, que   serão utilizados na recuperação das nascentes, a oficina busca potencializar o uso de materiais locais, e de fácil acesso as famílias, a madeira imunizada dura mais tempo, e dessa forma as famílias não necessitam adquirir mourões com imunização industrial que além do alto custo, utilizam no processo de produção produtos como o Arsênio, altamente agressivo ao meio ambiente que pode causar uma série de doenças ao seres humanos.

As oficinas serão realizadas em diversos grupos de base do MPA. Os mourões são tratados, com insumos como o boro e sulfato de cobre, que  além do uso para mourões de cerca, podem ser aplicados para tutoramento de culturas como pimenta do reino, e em construções em geral.

Por Comunicação MPA