9 de setembro de 2021

Feijão foi distribuída entre moradores do bairro Jesus de Nazareth como uma das ações do 27º Grito dos Excluídos(as)

Mateus Quevedo
MPA Brasil | Salvador (BA)

“Entre o fuzil e o feijão, o Sindipetro escolheu o feijão, pois é o que alimenta o povo. Fuzil na mesa não alimenta ninguém”, afirmou o diretor do sindicato dos petroleiros e petroleiras, Valnísio Hoffmann, para o portal Século Diário. O sindicato ligado à Federação Única dos Petroleiros resolveu fazer a ação de doação de 500kg de feijão no 7 de setembro para defrontar a fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, que chamou de ‘idiota’ quem prefere comprar feijão a comprar fuzil. A fala do presidente não poderia ser mais infeliz em um momento em que o Brasil tem mais de 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar.

O feijão doado veio da base camponesa do Movimento dos Pequenos Agricultores no Espírito Santo, foi uma parceria para garantir a comercialização da produção e ainda levar alimentos saudáveis para a população do bairro Jesus de Nazareth. “Eu ontem fui no mercado, o feijão que achei no mercado não é um feijão muito bom, tava R$7,70 o quilo do feijão, e gás também, está caríssimo” comentou dona Ruth, uma das moradoras do bairro, para o repórter do jornal ES1 na manhã da terça-feira, no momento da distribuição do feijão.

O governo Bolsonaro é uma catástrofe em garantir a segurança alimentar e nutricional do seu povo, quem dirá a soberania alimentar, mesmo em uma país com solo tão fértil – apesar da destruição causada pelo agronegócio. Bolsonaro se alinha ao grande pacto de poder para garantir os privilégios de uma minoria em detrimento da fome, do desemprego e da miséria da classe trabalhadora. Prova disso, é o que revela o Dieese em sua Pesquisa Nacional de Cesta Básica de Alimentos do mês de agosto deste ano, onde afirma que “os altos patamares de preço do feijão preto e do tipo carioquinha têm reduzido a demanda, devido ao empobrecimento das famílias”. O Brasil está deixando de ser o país do arroz e feijão para ser o país da fome, culpa do Bolsonaro e da burguesia.