13 de outubro de 2023

A ocupação da SEAGRI pelos/as camponeses/as do MPA Bahia nesta jornada de lutas de 2023 reafirmou o rosto feminino e jovem do campesinato organizado. Esta luta acontece, em plena retomada das forças populares evidenciando a força e coragem dos mais de 600 camponeses e camponesas articuladas pelo movimento e parceiros. A ação ocorreu de forma legítima, pacífica e com o intuito de reivindicar do Governo do Estado políticas públicas e ações estruturantes que venham a atender de forma articulada as demandas das comunidades camponesas na luta pela terra, território, produção e abastecimento de alimentos, água e habitação no campo.

Nesta jornada, um dos desafios centrais é consolidar as experiências de produção dessas comunidades e povos em seus territórios com o objetivo de fazer do campo um bom lugar de se viver, produzindo alimentos saudáveis para o campo e a cidade e, neste processo, semear soberania territorial.

Durante a ocupação – mesmo não havendo diálogo direto com o Governador – para os/as camponeses/as a ação foi tática por fazer a disputa para o fortalecimento e a estruturação da agricultura camponesa em suas várias dimensões, especialmente, olhando o desafio da produção de alimentos no estado da Bahia frente ao desafio do enfrentamento à fome, assim como firmar o papel do MPA no campo e na luta política e popular da Bahia.

Fruto das negociações da jornada se conseguiu projetar um processo coletivo de planejamento para pensar as várias frente de lutas do Programa Camponês apresentado e estabelecer um plano de ação articulado a um calendário de trabalho junto à CAR, onde uma equipe estará trabalhando na perspectiva de consolidar cada eixo com ações efetivas e concretas.

A habitação (PNHR), como uma das pautas centrais, evidencia -se como pujante principalmente oriundo da base camponesa jovem e feminina do movimento que a partir disto e da produção firma compromisso em seguir no campo com direitos e vida digna.

Nestes dias foi possível negociar as pautas com as várias Secretárias do Governo. Reuniu-se com a SIHS, a EMBASA, a CERB e SERIN para discutir as demandas de questões hídrica diante dos desafios acima, do consumo humano e produtivo de água e os novos desafios postos pelas mudanças climáticas aos biomas.

Foram feitos diálogos com a SEAGRI, a partir do Secretário Wallison Tum, no sentido de avançar na regularização fundiária dos assentamento das novas famílias do MPA que ocupam o perímetro irrigado no (Acampamento União) e MST (Acampamento Lucia de Almeida).

Com a CAR, a partir do Diretor Presidente Jeandro, refletimos sobre o Programa Camponês, geração de emprego e renda e a estruturação do abastecimento popular na construção do calendário de trabalho.

A jornada encerrou quarta, dia 11 de outubro, com importantes avanços na pauta apresentada pela organização, o programa camponês e na próxima semana segue uma série de ações, como: a entrega de cesta básica para famílias dos bairros populares de Salvador e reunião com a CDA com objetivo de viabilizar o PNHR (habitação) para as famílias que já apresentaram demanda pelo MPA no Estado da Bahia.

Nós tivemos um acampamento jovem e feminino, conduzido com ações políticas, construindo uma boa retaguarda histórica do movimento, com a diversidade de regionais que atuamos e força sociocultural dos povos do campo, das águas e das florestas que atuam e lutam no MPA.

Importante destacar a fartura em alimento. Esta foi uma dimensão importante da luta, pois, os/as camponeses/as – a partir dos alimentos doados de suas comunidades – além de garantir por 3 dias a alimentação das mais de 500 pessoas, no final foi possível montar 102 cestas de alimentos que irão fortalecer os processos de solidariedade política com q cidade e garantir alimentos de qualidade na mesa de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Viva a luta do povo organizado!

Quem alimenta o Brasil, exige respeito!