17 de setembro de 2016

“As famílias não querem saber se estão pagando os salários ou não, elas querem comer”, afirma o metalúrgico Paulo Sérgio do sindicato dos metalúrgicos da cidade paulista de Araraquara, e operário da Iesa, empresa que em processo de recuperação judicial há três meses não honra com os pagamentos de seus funcionários, para superar esse momento delicado, o Sindicato, sua Federação e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos-CNM, constroem junto com o MPA, uma aliança que permitiu na tarde de hoje (16) a distribuição de mais de 3 toneladas de alimentos para as famílias dos trabalhadores dessa empresa.

Josineide Costa da coordenação nacional do MPA, nos conta um pouco de como se originou essa aliança em torno do Alimento, “ iniciamos a partir de nosso I Congresso que aconteceu aqui em São Paulo em 2015, o debate da aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade, que apesar de estarem em espaços de trabalhos distintos, tem os mesmos desejos e necessidades, lutam por seus direitos, nesse debate que começamos a construir junto com a CNM e aos seus sindicatos metalúrgicos, enxergamos o Alimento como algo central, entendemos que o Alimento de qualidade produzido pelos camponeses deve chegar direto na mesa dos trabalhadores e trabalhadoras, e nesse momento os trabalhadores aqui da Iesa passam por uma situação difícil, e com o debate da aliança o sindicato a Central e o MPA viabilizaram uma entrega de mais de 3 toneladas de alimentos para essas famílias”, relata Josineide.

Uma irmandade entre campo e cidade

Luiz Carlos da Silva Dias, é presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT- FEM, esteve presente durante a entrega dos Alimentos em Araraquara, para o metalúrgico essa ação tem um caráter de irmandade entre trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, “ para nós esse ato é muito mais que solidariedade, é uma irmandade dos metalúrgicos e os trabalhadores do campo, por que nesse momento em que o trabalhador aqui na cidade fica sem condições de comprar o alimento básico, vemos os trabalhadores do campo produzindo e enviando para nós, é uma ação de irmãos explorados pelo capital”, relata Luiz Carlos.

Josineide explica que os Alimentos foram adquiridos direto das famílias camponesas do Espírito Santo, “ os Alimentos foram produzidos por famílias camponesas no Espírito Santo, e foram adquiridos diretamente por meio da CNM e da FEM, assim puderam ser distribuídos, para as famílias que se encontram nessa situação de insegurança, o processo garante um preço justo para as famílias camponesas, já que desaparece a figura do atravessador, além disso as famílias que recebem os Alimentos tem certeza que ele foram produzidos por outros trabalhadores e trabalhadoras como eles, que tem qualidade”, relata Josineide.

O metalúrgico Paulo Sérgio salienta que esse processo de irmandade, assim como chama, é recíproco, “ temos que destacar que essa união operária e camponesa , intermediada pela CNM, FEM e pelo MPA é fundamental para contribuir com os trabalhadores aqui da Iesa, mas também com os trabalhadores do campo, sabemos do problema que eles estão vivendo com a seca no ES e essa irmandade é fundamental para superarmos isso”, afirma Paulo Sérgio.

Foram distribuídas cestas com Feijão, arroz, biscoitos, abóbora, café, farinha, fubá e pães, produzidos por cerca de vinte famílias camponesas no estado do Espírito Santo.

Por Comunicação MPA