19 de outubro de 2018
Mais um incêndio com grandes proporções atingiu parte das plantações de 56 famílias acampadas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), na tarde da última sexta-feira (19), em Ponto Novo (BA). O crime ocorreu três dias após completar um ano de ocupação da terra que funcionava o projeto do agronegócio do Sitio Barreira, na BR 407 km 177.
Dessa vez o incêndio foi na sede, a fumaça trouxe transtornos e cheiro forte que se espalhou pelos arredores. Durante todo o tempo o fogo permaneceu queimando as plantas. Segundo os moradores, o corpo de bombeiros foram chamados mas nada puderam fazer para apagar o fogo.
Não se sabe quem colocou fogo, mas as evidências apontam mais um incêndio criminoso que acontece pela quarta vez no local. Os acampados da região denunciam que já vinham sofrendo ameaças, o que desperta suspeitas de forte disputa entre os trabalhadores rurais e fazendeiros, políticos e empresários.
Esses grupos não aceitam os pequenos agricultores se organizarem e ocuparem aquela terra para uma produção coletiva, e tentam de toda forma espalhar a barbárie contra o acampamento União. Recentemente, cortaram os fios do arame que cercava a roça para colocar o gado no local, o que já vinha destruindo suas plantações.
Os acampados e acampadas ainda denunciam que na noite do dia 23 de setembro, quando algumas pessoas se encontravam na portaria, apareceu um uno branco, e os ocupantes do veículo dispararam três tiros e foram embora. Deixando a todos e todas preocupados.
Diante dessa situação, a Comissão Pastoral da Terra (CPT Regional Bahia) espera que os órgãos governamentais tomem providencias em relação as ameaças e criminalização aos trabalhadores e trabalhadoras do acampamento União, ligado aos movimentos do MST e MPA.
A ORAÇÃO SALVA!!!!
Poema: Socorro Varela/ Militante do MST
O Fogo que destrói, que apavora é controlado com oração.
O poder de Deus.
Uma noite conflituosa.
O Fogo não acabou. Porém está baixíssimo.
E o vento não trouxe para o maior patrimônio: As pessoas.
Também não atingiu as estruturas.
O corpo dói,
A indignação grita por justiça.
Em mim há um sentimento na alma de grito por justiça.
E um outro lado sacudindo a poeira. O cheiro forte da fumaça define que Em Ponto Novo crueldade é elemento natural.
Por CPT – Bahia
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