10 de novembro de 2016
Movimentos sociais de toda a América se reunirão de 1º a 4 de dezembro em Bogotá, na Colômbia, na II Assembleia Continental da Alba. O encontro debaterá a integração entre os movimentos, o atual momento político e econômico da região, além de planos de ação para o próximo período.
“No último ano, temos nos preparado intensamente para nossa II Assembleia Continental, e é impossível não dizer que essa preparação se dá em um contexto regional bem diferente do de maio de 2013, quando se realizou a primeira. Hoje vivemos uma contraofensiva do imperialismo sobre nossos povos, nossos territórios e sobre os governos progressistas”, afirma Paola Estrada, integrante da secretaria da Aliança Bolivariana Para os Povos de Nossa América (Alba-Movimentos).
Segundo ela, essa ofensiva se materializou com os golpes de Estado em Honduras, em 2009, no Paraguai, em 2012, e, mais recentemente, no Brasil, em 2016. Além disso, após a morte do ex-presidente Hugo Chávez, o governo da Venezuela passou a sofrer constantes ataques, que estão sendo enfrentados desde então por Nicolás Maduro, o atual presidente.
“No entanto, esse momento de crise não nos desanima. Pelo contrário: está cada vez mais clara a necessidade de construção de uma articulação que paute as mobilizações de massas nos países, que levante bandeiras internacionalistas de caráter anti-imperialista, antineoliberal e antipatriarcal, e que também tenha um Projeto de Integração Popular que parta dos povos e de suas organizações”, diz a militante.
Com as palavras de ordem “Pela paz e a soberania de nossa América! Unidade, luta, batalha e vitória!”, a Assembleia reunirá representantes de movimentos sociais de mais de 30 países.
Do Brasil, estarão, entre outros, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento pela Soberania Frente à Mineração (MAM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Nacional de Negros e Negras (Unegro).
Em 2013, a I Assembleia foi realizada na Escola Nacional Florestan Fernandes (Enff), em Guararema (SP). A escolha do país sede desse ano teve como objetivo “combater o imperialismo norte-americano sobre a região”.
“A Colômbia tem hoje um papel muito importante para a expansão do imperialismo em nosso continente. O estado colombiano é hoje a Israel na América, literalmente. Sua doutrina militar, implementada nos anos 1980, é a mesma que se vem utilizando para dominar nossos povos no resto do continente, e passa por leis, reformas policiais e práticas paramilitares vinculadas com o narcotráfico, mascaradas como simples crime organizado. A Assembleia da Alba é uma expressão de denúncia, de resistência e de força em um dos pontos estratégicos do império”, diz Carlos Ramirez, membro da Alba na Colômbia.
Para Ramirez, um evento como esse contribui para a conquista da paz na Colômbia e, consequentemente, de todo o continente. “Precisamos que os protestos e a resistência não aconteçam de forma isolada e não fiquem como lutas independentes, porque o inimigo é um só”, afirma.
A Alba surge como um movimento contrário aos acordos de comércio livre, como a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), uma proposta de mercado comum para as Américas, que foi defendida pelos Estados Unidos durante a década de 1990.
Assim, a organização representa uma tentativa de integração econômica regional, que não se baseia essencialmente no livre comércio, mas em uma visão de bem-estar social e de mútuo auxílio econômico.
“Alba é uma escola de experiência, onde nos complementamos e potencializamos nossas diferenças e particularidades. É a celebração de caminhar juntos e juntas. De saber que não estamos sozinhos nesta luta e que, em meio a tanta morte, esta grande árvore da vida que chamamos de Nossa América tem muitas muitas raízes que se encarregam de alimentar e nos sustentar com força. Somos um emaranhado de raízes”, acredita Ramirez.
Edição: Camila Rodrigues da Silva
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |