15 de outubro de 2016
O Instituto Universitário Latinoamericano de Agroecologia “Paulo Freire” (IALA Paulo Freire) completou 10 anos, na última quinta-feira 13 de outubro. O IALA Paulo Freire também é conhecido como o IALA do Povo, por ser a primeira Universidade Camponesa, Indígena e Afrodescendente que possibilita cursar a Careira de Engenharia Agroecológica.
O IALA Paulo Freire é um dos projetos mais revolucionárias construído pelo comandante Hugo Chávez durante seu mandato como presidente da República Bolivariana da Venezuela em parceria com o Movimentos Sociais que integram a Via Campesina.
Na data em que comemora 10 anos do IALA, educando e educadores organizam uma semana cheia de atividades culturais, esportivas e atividades educacionais para comemorar 10 anos de construção permanente do instituto.
Muitos foram os filhos e filhas de camponeses, vindos dos mais diversos países, já realizaram sua formação acadêmica e também política neste local. Atualmente o Instituto tem 130 alunos internos, correspondendo as Turmas II, III e IV. Está semana ingressa a Turma IV com 68 novos educandos, sendo que a Turma I já se formou.
O IALA Paulo Freire centra-se na práxis, na Educação Popular Libertadora, como um método pedagógico para o estuda e o trabalho nas comunidades. O objetivo é que os estudantes retornem para suas comunidades de base e possam fortalecer o trabalho nos territórios. Assim como, formar quadros técnicos e políticos para fortalecer as lutas camponesas e alterar o modo de produção capitalista, concentrado, transnacionais e extrativista que atualmente caracteriza a região.
Como já dizia Fidel Castro em suas reflexões, “é hora de continuar com essa mística revolucionária semeando a agroecologia como uma rebelião de saberes, de identidade e de património dos povos indígenas, camponeses e afrodescendentes a serviço da humanidade.
IALA Paulo Freire e a contribuição do MPA
O IALA é fruto de um processo de luta histórica da América Latina que levou vários governos de esquerda progressistas de diversos países, num processo de sintonia entre esses governos e movimentos sociais da Via Campesina começou-se a pensar na possibilidade de uma escola, nesse caso uma universidade, com caráter de formação universitário para camponeses. Do ponto de vista prático é uma construção do governo venezuelano de Hugo Chaves com a Via Campesina.
“A participação do MPA, como parte da Via Campesina, dá-se desde o início em 2005 quando decide-se construir essa Universidade Latinoamericana o IALA. O encontro que sela essa construção do IALA foi no Brasil em 2005, durante o Fórum Social Mundial, no assentamento do MST em Tapes-RS, quando Chaves vem ao Brasil e assina o Protocolo de Intensão com a Via Campesina. Logo em 2006 inicia a primeira turma, quando é feito o envio dos militantes para construir o IALA. Em 2008 nos somamos de forma direta contribuir na CPP”, explica Beto Palmeira, dirigente do MPA.
O IALA Paulo Freire faz parte de um processo histórico de lutas, de uma unidade de concepção entre movimentos sociais e a Revolução Bolivariana, partindo da necessidade de criar um espaço de formação acadêmica para os camponeses com formação em Engenharia, curso o qual tradicionalmente tem sido hegemonizado pelas classes dominantes. Por esta razão é que o IALA homenageia Paulo Freire, pois parte da concepção de uma Educação Emancipadora.
“Nesse período, estivemos lá construindo uma universidade diferente, conciliando o estudo acadêmico com o trabalho prático, comunitário e também do ponto de vista político pedagógico, foi possível pensar e construir uma pedagogia distinta que rompesse com a educação bancária das universidades tradicionais”, afirma Beto.
Para a Engenheira Agroecóloga formada pela IALA Paulo Freira, Flávia Costa Bandeira, “celebrar o 10º aniversário do IALA é reviver a memória, o contexto histórico que nós vivemos, cada detalhe, cada pedacinho daquele espaço, construído com nossas mãos desde a grade curricular, o projeto pedagógico da escola, nós fomos parte. Fomos protagonistas de um processo que como filhos e filhas de camponeses era ir construir, e não ser meros educandos ou educandas de sentar na sala de aula e assistir. Participamos de todo processo histórico, então para mim hoje celebrar os 10 anos é reviver parte da minha juventude que vivi na Venezuela, de um processo político pedagógico do país que também é um processo educativo dentro e fora escola”.
Entre as preocupações constantes dos educandos, educadores e CPP era de construir a unidade e fazer agroecologia para que? E para quem? Esse era o objetivo que eles mesmo se cobrávamos de forma constante. Por essa razão celebrar o 10º aniversário do IALA é uma vitória, pois foram vitoriosos de um processo em que colocaram as mãos do começo ao final.
“Nós os Filhos e Filhas da Terra, a primeira turma, o maior orgulho e o mais bonito que ficou para nossa história é que cantávamos todos os dias ‘A Internacional’, pois além de estudar agroecologia, nós tínhamos um processo de formação ideológico, o porquê de estar naquele espaço! O porque estar naquele país e porquê de ser na Venezuela! Isso ficou na memória de cada um de nós, de cada educando e educanda da América Latina que retornou para seu país com o compromisso de não só trazer elementos para a organização, mas fazer parte dessa organização constantemente”, recorda Flávia.
Do MPA foram enviados 8 militantes os quais foram a tarefa de construir e estudar no IALA Paulo Freire. “Essa tarefa foi muito cara para nós, não fomos para a universidade simplesmente ser universitários, fomos ser construtores do projeto IALA Paulo Freire. Marcados pela unidade e a irmandade de colocar a semente na terra, a partilha da colheita e de comer os frutos que nós mesmos semeamos, esse é o maior aprendizado, é a maior energia positiva, assim como, a unidade e o acolhimento de poder ter vivido na Venezuela um processo Revolucionário Político Pedagógico na construção para com nosso movimento”, revela a jovem Agroecóloga do MPA.
O MPA acompanhou de forma integral a primeira turma, experiência a qual mostrou que é possível construir um outro processo político pedagógico e uma outra universidade. Pois como já dizia Paulo Freire: “Não se mede o estudo pelo número de páginas lidas numa noite ou pela quantidade de livros lidos num semestre. Estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las”.
Por Comunicação MPA
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