13 de novembro de 2024

Legenda foto de capa: reunião com movimentos sociais, associações locais e poder público.

Na última sexta-feira, dia 8 de novembro, uma comitiva do governo do estado da Bahia visitou o Acampamento União, localizado no distrito irrigado de Ponto Novo, onde casas foram destruídas devido a uma reintegração de posse irregular. O encontro, que contou com a presença de representantes da SERIN, SEMA, SEAGRI, SDR e Polícia Militar, teve por objetivo ouvir as demandas dos camponeses e camponesas acampadas desde 2017, além de avaliar a situação do perímetro irrigado.

Governo em campo conhecendo as condições das áreas

Os agricultores destacaram a importância de transformar a área abandonada pelas empresas do AgroNegócio em um projeto voltado para a agricultura familiar camponesa, com foco na produção de alimentos saudáveis.

Durante a visita, a comitiva, liderada por Marivaldo, chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais (SERIN), enfatizou a intenção do governo de retomar a gestão da área do Perímetro Irrigado para “recampesinar” e viabilizar a produção de comida, implementando políticas públicas que atendam às necessidades da população local.

A agenda incluiu visitas a várias áreas do perímetro irrigado, onde foram identificadas as necessidades de cercamento e proteção das famílias impactadas pelo despejo. A comitiva também se reuniu com lideranças dos movimentos sociais, a exemplo do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) que protagoniza a retomada das terras desde 2008, somada pelo  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de representantes da prefeitura e de associações locais.

Esse momento de diálogo foi crucial para que as lideranças pudessem relatar suas experiências e reivindicações, especialmente no que diz respeito ao fim das reintegrações de posse e o atendimento e garantia dos direitos dos assentados.

Ibama visita área por denuncia de crime ambiental

Desde a ocupação do perímetro em 2008, o MPA tem lutado para garantir que a agricultura familiar e camponesa seja a prioridade na gestão da terra, em contraste com práticas agrícolas empresariais que prejudicam o meio ambiente.

Representantes de Governo e Movimentos visitam casas destruídas por empresa Liz Empreendimentos

Atualmente, 60 famílias do MPA e MST estão assentadas na região, cultivando 120 hectares irrigados. A visita do governo foi motivada por ameaças de despejo feitas por representantes da empresa Liz Empreendimentos, que reivindica a propriedade da área. As famílias pedem justiça e reparação pelos danos causados por essa ação.

O governo se comprometeu a utilizar a área para a produção agrícola, respeitando as necessidades ambientais e as demandas das comunidades. O chefe de gabinete da SERIN ressaltou a importância de combater as ilegalidades, como a retirada de madeira e a supressão de vegetação nas áreas de proteção do projeto.

Essa visita representa um passo significativo na luta pela regularização e valorização da agricultura familiar no estado, promovendo um diálogo construtivo entre o governo Jerônimo Rodrigues e os Movimentos Sociais do campo, com pretensão de ampliar a produção de alimentos e construir uma Bahia Sem Fome.