11 de outubro de 2016
Recentemente, a chanceler da República Bolivariana da Venezuela, Delcy Rodriguez, confirmou o desenvolvimento de reuniões entre as delegações com a intenção de definir “um novo caminho de negociação com a guerrilha”. A noticia do anúncio foi confirmada pelo bispo de Cali, monsenhor Dario de Jesus Monsalve, reconhecido mediador entre as parte em varias ocasiões: “Nesta semana, a Colombia vai ter uma notícia muito definitiva. Já existe um caminho traçado que pode criar um novo cenário, inclusive, iluminar esse buraco que se criou com o triunfo do ‘não’ ”, anunciou em referência ao plebiscito votado no domingo (03).
Segundo a nota da instalação da fase pública de negociações entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN), lançada na segunda-feira (10), A audiência pública de negociação terá início no dia 27 de outubro, em Quito, Equador. Também será iniciado o processo de libertação dos sequestrados/retidos e outras ações e dinâmicas humanitárias para criar uma ambiente favorável à paz.
Sociedade
Em março foi apresentada a agenda de negociações entre o Governo e o ELN. Entre os seis pontos de negociação, o primeiro, a ”a participação da sociedade”, será determinante.
Segundo o anunciou Pablo Beltrán, comandante do ELN, em entrevista ao Colombia Informa, “para que estes processos tenha êxito, tem que se empoderar à sociedade como sujeito protagonista e independente das parte que estão na mesa. Isso justifica que tenhamos determinado como primeiro ponto da agenda a participação social. Como chegar a isso? O desenho não vai ser feito pelo ELN nem pelo Governo, tem que ser feito pela população. Qual será o ponto de partida? O conjunto da sociedade colombiana que está se movimentando pela paz. Desde ali se parte para chegar aos setores que não estão organizados, nem mobilizados nem interessados neste processos”.
Outros pontos da agenda são: democracia para a paz, transformações para a paz, vitimas, fim do conflito e implementação do acordado.
Nas últimas semanas, o ELN cessou fogo para possibilitar o acontecimento das votações do plebiscito. Além disso, nesse processo ocorreu a libertação de um homem mantido no departamento de Arauca, na quinta-feira passada (6).
Juan Manuel Santos, presidente colombiano, tinha enfatizado que não era possível iniciar os diálogos sem gestos do ELN com relação aos sequestros, atribuindo ao ELN a demora deste processo.
Tentativas
O ELN já iniciou diálogos com o presidente Cesar Gaviria entre 1991 e 1992. Concluído o governo de Ernesto Samper, manteve um breve encontro exploratório, em 1998. No governo de Pastrana, as negociações alcançaram um período maior desde 1998, até quase o fim deste governo. Durante os dois governo de Álvaro Uribe se realizaram uma série de diálogos que buscaram incluir a sociedade.
Todos esses processos não superaram as discussões preliminares para definir a negociação. Aspectos como a agenda, os espaços de reunião, os aspectos logísticos, entre outros, impediram o diálogo de avançar em outras etapas.
Por Colombia Informa
Tradução: María Julia Giménez – Brasil de Fato
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