16 de julho de 2021
Comunicação MPA Piauí
Desde 2013, quando o MPA, o FIDA e o governo do estado do Piauí iniciaram a construção do Projeto Viva o Seminário muita coisa mudou na conjuntura nacional. A reeleição de Dilma, o golpe de Estado que colocou Michel Temer na presidência, a prisão arbitrária de Lula e a ascensão de extrema-direita na figura de Bolsonaro são marcadores. As políticas de combate à fome foram minguando desde 2016 e o povo brasileiro volta a passar fome e sede.
Cortes orçamentários, fim de programas, loteamento de cargos e fim de participação social colocam as políticas de combate à fome em risco. Em meio à pandemia do Covid-19, por exemplo, nenhuma medida emergencial foi tomada para auxiliar a agricultura camponesa familiar. Inclusive o presidente Jair Bolsonaro vetou o PL Assis de Carvalho, 735/2020, que destinava recursos para a produção de alimentos. Mas não pense que o campesinato abaixa a cabeça. É o campesinato que transforma a esperança em confiança para garantir que nenhum direito será tomado, principalmente, o direito à alimentação saudável.
O Projeto Viva o Semiárido existe com o objetivo geral de contribuir para a redução da pobreza e dos níveis de extrema pobreza da população rural do semiárido piauiense, por meio do incremento das atividades produtivas predominantes e do fortalecimento organizacional dos produtores rurais. Ontem, 15 de julho, na comunidade de Serra Nova, no município de Campo Grande do Piauí – classificado com baixo IDH – aconteceram uma das últimas etapas do projeto: a entrega de animais caprinos e ovinos para famílias camponesas. Somente no município de Campo Grande, serão entregues 340 animais para agricultores associados em várias comunidades.
As famílias já passaram por formação, receberam acompanhamento técnico, sementes e equipamentos como forrageira. Na comunidade, também foi implantado um kit de energia solar em um poço tubular. “A ideia do projeto é garantir autonomia às camponesas, pensar todo o ciclo da criação de animais, desde o plantio da alimentação, da irrigação, da reprodução da raça, que é uma raça com maior resistência, criado solto na caatinga, até a comercialização da carne, do abate ao consumo”, explica Josineide Costa, da coordenação do MPA no estado.
A também coordenadora estadual do MPA , Maria Kazé, falou que a entrega dos animais era um dos momentos mais aguardados pelos agricultores. “Os animais são a poupança viva e em pé de todo agricultor familiar”, disse. Do projeto, ela destacou a transferência de tecnologia. “Trazer uma UTT [unidade de transferência tecnológica] de palma, irrigada, para produzir sementes e para depois distribuir para essas famílias poderem abastecer de alimentos seus animais, para nós é de extrema importância”, pontuo Kazé. Citou ainda, a possibilidade de melhorando genético de todo o rebanho das famílias do entorno, a partir dos reprodutores das raças dorper e santa inês.
Josinete de Sousa Patrícia, conhecida por Neta, foi uma das mulheres agricultoras contempladas pelo projeto. “A nossa comunidade ficou com nove mulheres. Além das forrageira, do carrinho, a pá e mais outros, cada uma vai receber cinco ovelhas e dois reprodutores. Além disso, ainda tem a energia do poço, que agora é solar. Foi bom pra nós mulheres e pra toda a comunidade. Vai ser um meio de sobrevivência pra gente. Espero poder ganhar a renda de casa”, disse.
Patrícia Vasconcelos, secretária estadual da Agricultura Familiar, destacou que a localidade Serra Nova é um exemplo do objetivo principal do Viva o Semiárido. “O objetivo é justamente o que estamos vendo aqui, que é proporcionar melhorias de vida, a renda de agricultores e agricultoras familiares. Para nós, é uma alegria ver que os grupos de mulheres e de jovens tendo essa oportunidade de crescer a sua produção”, disse.
Segundo a secretária, o projeto tem um montante de 1,9 milhões de reais investido em projetos produtores de sete municípios da região – Santa Cruz do Piauí, São João da Varjota, Geminiano, Itainópolis, Francisco Santos, Geminiano e Queimada Nova – contemplando a 225 famílias.
O deputado estadual Francisco Lima também visitou o município de Campo Grande do Piauí. Em entrevista, Lima, que participou do início do projeto quando era secretário estadual de Desenvolvimento Rural, manifestou a alegria de ver o projeto sendo concluído e contribuindo com a melhoria da qualidade de vida da população no campo.
“É uma alegria poder participar dessa entrega do rebanho e testemunhar a realidade daquilo que era expectativa, de melhorar a renda, a convivência com o semiárido e fortalecer a organização comunitária, sobretudo, de mulheres e jovens. Isso tem possibilitado uma melhoria na qualidade de vida das pessoas, quer seja pela renda, organização, e até pela questão ambiental, com o uso das tecnologias sustentáveis. Esse é um exemplo da energia solar”, disse.
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