24 de junho de 2020
Segue a repercussão negativa do Plano Safra de Bolsonaro, anunciado na última semana, (17/06/20). Depois de ser chamado de “Plano Safra da Fome” pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em nota pública, agora é qualificado como “Tributo ao Agronegócio” pelo ex presidente da Associação Brasileira da Reforma Agrária (ABRA), Gerson Teixeira.
Plano Safra 2020-2021 – Tributo ao Agronegócio
O governo Bolsonaro lançou o seu 2º Plano Safra no último dia 17. As medidas anunciadas pretendem orientar as políticas para a safra 2020/2021. Os agricultores familiares ou os camponeses de um modo geral obviamente não tinham qualquer expectativa de que o governo Bolsonaro atenderia as demandas das populações pobres do campo. Tampouco, esperavam políticas para defender e fortalecer a segurança alimentar e nutricional da população brasileira.
Porém, o que foi anunciado extrapola os limites da perplexidade. O que o governo anunciou foi um pacote para continuar atendendo e incentivando com o dinheiro público a agricultura do agronegócio exportador. Um pacote para o agronegócio brasileiro trabalhar pela segurança alimentar de outras Nações. Qual a surpresa se a agenda das Ministra tem sido muito mais fora do Brasil tentando vender tudo o que brota dos nossos solos? Alguém já ouviu a Ministra Tereza Cristina falar de fome? Ela já manifestou alguma inquietação com a carestia dos alimentos que pine a rande maioria dos brasileiros que vem enfrentando a tragédia da pandemia sem empregou ou ocupações? O discurso monotemático da Ministra é a conquista de mercados para os produtos nacionais. Essa obsessão está plenamente refletida no Plano Safra. Atendendo demanda dos ruralistas a Ministra reduziu em 25% os juros para o custeio agropecuário para os grandes produtores, enquanto para os agricultores mais vulneráveis a redução foi de 8%. Nunca a agricultura familiar havia se deparado com custos reais nos seus financiamentos. As linhas convencionais do Pronaf cobrarão juros de 4% ao ano, enquanto a taxa Selic está em 2.25% e a inflação acumulada nos 12 meses até maio de apenas 1.88%. A consequência desse fato será o aumento ainda maior do nível de inadimplência da agricultura familiar. Em decorrência, quem produz os alimentos da população ficará impedido do acesso ao crédito o que vai se refletir no agravamento do quadro já bastante vulnerável do abastecimento alimentar no Brasil.
Desde o governo FHC, passando pelos governos do PT e até do 1º governo do golpe, de Michel Temer, foi com Bolsonaro que a agricultura familiar deixou de ter um Plano específico. Enquanto o mundo inteiro clama por medidas de proteção da floresta amazônica, Bolsonaro lança um Plano Safra em meio a um ritmo frenético de desmatamento ilegal naquela região, sem adoção de qualquer medida para conter a expansão desenfreada da soja e do gado na Amazônia.
De pronto, com os prêmios para o seguro rural os produtores de maior porte já abocanharam 1.3 bilhão das subvenções previstas pelo Plano definidas em R$ 10 bilhões. Considerando que os custeios das lavouras de soja e milho, na maior parte para exportação, ficam com 70% do total geral dos recursos para o custeio da safra, fica evidente quem irá se beneficiar, além dos Bancos, do restante desses recursos para as subvenções. Em resumo a sociedade está dando dinheiro para Bolsonaro cuidar dos interesses dos capitas do agronegócio que, por sua vez, ignora o povo brasileiro destinando os nossos produtos para garantir a segurança alimentar externa. Ficamos, sem comida, com a pobreza no campo, e com os rastros de destruição provocados pelas grandes fazendas do agronegócio.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |