18 de julho de 2017

Sob o lema “Investir na juventude camponesa. Semear o presente para colher futuro” deu-se abertura da IV Assembleia de Jovens da Via Campesina Internacional, com cerca de 100 jovens, homens e mulheres de 47 países ao redor do mundo, que durante dois dias irão refletir sobre a importância da juventude para a participação no fortalecimento deste grande movimento campesinos pela Soberania Alimentar e Agroecologia Campesina.A mística de abertura esteve a cargo de jovens camponeses da Europa e foi uma representação da nossa identidade, destacando as ferramentas típicas do campo e instrumentos culturais como o chifre Basco que é um símbolo da cultura local.

Está Assembleia que tem jovens de todos os lugares do mundo, acontece a cada quarto anos com a presença de delegados e delegadas de todas as regiões da Via Campesina, que durante sua preparação entoaram com muito júbilo palavras de ordens como: “Porquê a Terra nos pertence, nós jovens lutaremos até o final”, “Juventude todos e todas a construir Poder Popular”, “Centroamérica unida jamais será vencida”, “Juventude Caribenha, energia, estudo, sempre sonha”. Etc.

Com o objetivo de ir dando forma ao conteúdo desta IV Assembleia os e as Jovens compartilham respostas e perguntas como: Por que é importante a articulação de jovens para o Campesinato? O que significa para as organizações a participação da juventude? Quais são as oportunidades que tem os e as jovens? O que fazer para melhorar sua participação? As respostas foram surgindo dos mais distintos debates e discussões.

Por exemplo, a Formação de Camponeses, a Agroecologia Campesina como um modo de vida e a conexão do campo – cidade. “Queremos mudanças no campo, porém também necessitamos do envolvimento das pessoas urbanas neste processo” – destaca Alazne Intxauspe da EHNE Bizkaia.

Pela parte da tarde trabalhou-se os quatro temas prioritários para os e as jovens: Acesso à Terra e Direito dos Camponeses, Formação em Agroecologia, Comunicação, Mudanças Climáticas e Migração. As propostas políticas concretas incluem o fortalecimento das alianças entre camponeses, pescadores, pastores, trabalhadores rurais e urbanos. Além de propor-se a construir uma Campanha Coletiva entorno da migração, especialmente entre África e Europa. Enquanto a formação Agroecológica, a capacitação técnica deve vir acompanhada de capacitação política.

Acordou-se que os jovens campesinos devem receber apoio para que suas vozes sejam ouvidas dentro e fora do movimento. A Assembleia vai sugerir um documento final que leva em conta as conclusões do debate dos jovens, que será apresentado na Conferência Geral entre os dias 19 a 22 de julho deste mesmo ano.

Os e as jovens sabem que enfrentam grandes desafios, alcançar a verdadeira participação da juventude não é fácil, mas, nas palavras de Paula Gioia da organização ABL da Alemanha: “Os jovens têm uma grande oportunidade, se chama Via Campesina. Os jovens não são apenas o futuro, são também o presente, se não temos presente, não haverá futuro”.

Solidariedade

Os movimentos em defesa da Terra em Euskal Herria se reuniram hoje com a juventude da Via Campesina, após a realização de uma marcha de dois dias chamado de “Marcha em Defesa da Soberania Alimentar e Terra”. Em seu comunicado, afirmaram: “Nós nos sentimos identificamos com La Via Campesina e sua luta pela Soberania Alimentar e é por isso que realizamos essa marchar para denunciar a destruição e os megaprojetos, como o Trem de Alta Velocidade, as linhas de alta tensão e a extração de gás, aumnetando a comida local”.

Os Alimentos consumidos diariamente em Euskal Herria viajam em média de 2.500 km antes de chegar à mesa. Nada estranho se levarmos em conta que nesta população somente se produz 3% dos alimentos consumidos. Paradoxalmente, nos 1200 hectares ocupados pela geografia basca se produzem alimentos vegetais para 60.000 unidades de convivências. Porém no lugar os “gestores” do Partido de Negócio Basco desertificam a terra cimentando-a, selando assim o uso futuro para a juventude.

 
Por Coletivo de Comunicação da Via Campesina
Tradução: Comunicação MPA-Brasil