10 de outubro de 2016
Acampamento de jovens camponeses faz manifestação no centro da capital fumageira, no Dia Internacional da Juventude em Luta.
No Dia Internacional da Juventude em Luta, Santa Cruz do Sul recebeu uma surpresa e tanto ao meio dia do último sábado, 8 de outubro. Em meio a maior mobilização festiva local, a Oktoberfest, cerca de 500 jovens, filhos de camponeses, atravessam o centro da cidade proferindo palavras de ordem e questionando pontos de pauta diversos, sempre partindo da ilegitimidade do governo golpista: o conservadorismo, o preconceito, o patriarcado, o descaso com a educação, a utilização indiscriminada de veneno na produção agrícola, bem como a inexistência de políticas públicas para a juventude rural e urbana. Ao mesmo tempo em que faziam sua intervenção pelas ruas centrais, distribuíam informativos do movimento a que pertencem, centrando o foco em uma grande pauta comum que tem unido os movimentos sociais do campo e da cidade no momento atual: a luta contra os abusos do governo federal, por nenhum direito a menos.
Os manifestantes, originários de cerca de 80 municípios gaúchos, estavam abrigados em um evento de formação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o 1º Acampamento Estadual da Juventude Camponesa, realizado entre 7 a 9 de outubro, no Centro de Formação São Francisco de Assis, vinculado a uma cooperativa camponesa encravada no meio do distrito industrial da capital fumageira. Apenas um de tantos contrastes que se notou em dias de intenso trabalho de formação e informação, onde os participantes interagiram com temas diversos e foram desafiados a empreender a fundação de brigadas de juventude nas dez regionais do MPA distribuídas em todo o território gaúcho.
– Essa decisão, de criar as brigadas de juventude, foi tirada em nosso congresso nacional do MPA (realizado em 2015, em São Bernardo do Campo, SP), explica a jovem Sandy Xavier, uma das organizadoras do evento e integrante do Coletivo Estadual de Juventude do MPA. “Esses novos espaços dentro do movimento estão sendo criados justamente para inserir o jovem nas ações de valorização do campesinato, nas lutas pelas nossas pautas de reivindicação e no enfrentamento dos grandes temas que nos desafiam a sair de nossa zona de conforto na conjuntura atual, onde vivemos um governo golpista e um período de extremo risco para a democracia”, emenda a jovem que atualmente integra o MPA em Santa Cruz do Sul.
Para Fabiane Bertoldo, outra integrante da organização do acampamento e do coletivo de juventude estadual do MPA, todos os momentos foram importantes, mas o ato público teve valor simbólico a ser destacado: “Mostramos nossa cara, fomos às ruas com nossas palavras de ordem e nossos rostos sorridentes de jovens que estão prontos para lutar e ajudar a construir um país melhor e mais humano, combatendo a discriminação de toda ordem, defendendo as pautas comuns da juventude do campo e da cidade, e principalmente reafirmando nossa contrariedade frente às agressões que o governo golpista vem exercendo sobre as camadas marginalizadas da sociedade e contra a própria democracia”, pontou a jovem, filha de camponeses do município de Erval Seco. “Como jovens que somos, com nosso jeito de ser, vamos dar nossa contribuição para o desenvolvimento do Plano Camponês, na construção de uma aliança camponesa e operária por soberania alimentar”, concluiu.
Durante o acampamento, que encerrou no domingo, foram tratados temas como: a produção agroecológica da juventude, a realidade da juventude camponesa e urbana, aspectos históricos do MPA, feminismo popular e camponês, soberania alimentar e energética e golpe contra a democracia no Brasil. Também foram oferecidas diversas oficinas de natureza lúdica e cultural, bem como promovidos momentos culturais de integração entre as delegações, que puderem trocar histórias e experiências entre os distintos cenários em que a juventude interage nos diversos recantos do estado. Além da juventude camponesa do MPA, também participaram do evento jovens integrantes do Levante Popular da Juventude e do coletivo de juventude do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Marcos Antonio Corbari. Jornalista, camponês
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