18 de agosto de 2020
Fernando Haddad e Tarso Genro, duas grandes liderança política do país e do Partido dos Trabalhadores (PT), participaram nesta terça-feira (17/08), da transmissão ao vivo promovida pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Rafaela e Frei Sérgio, dirigentes do movimento agradeceu por eles ter aceitado o convite, pois, na realidade que o Brasil se encontra, entende-se que é preciso conversar sobre o presente, mais também apontar caminhos e perspectivas sobre o futuro.
Os convidados foram recebidos com a seguinte pergunta: como vocês estão vendo o Brasil hoje e o que vocês sinalizam como batalhas que precisamos ir travando para superar essa situação? E os apontamentos seguiram mencionando a defensa da democracia e a importância promover o desenvolvimento no país. Na ocasião, Fernando Haddad citou que estamos numa situação de “ameaça às regras democráticas”, e Tarso Genro ressaltou que “uma questão crucial para a construção de uma nova sociedade é a aliança campo e cidade. Assim como o campo organiza a produção, a cidade deve organizar também o consumo”, pontuaram.
Seguindo com o dialogo, as falas trouxeram vários elementos que demonstra as ações e o projeto popular para Brasil desenvolvido pelos movimentos populares como sendo cruciais para pensar o futuro. Nas palavras de Tarso Genro, “Atribuo a Via Campesina uma responsabilidade histórica extraordinária (+). Se nós não criarmos meio de circulação desses alimentos sadio, numa visão de sustentabilidade familiar que se comunique diretamente com as massas exploradas da cidade, com suas relações de cooperação, com sua vida comunitária, com sua micro produção de subsistência e resistência, se nós não comunicamos esta integração, nós não vamos romper com a reprodução sociometabológica do capitalismo, do grande agronegócio, das grandes corporações financeiras globais, portanto, este elemento é estratégico de mundo, que tem sido trabalhado de maneira exaustiva pelo MPA, pela Via Campesina”. Assim como, ressaltou “a capacidade de integrar diferentes sujeitos políticos, lembrando a conversa do Ministro Gilmar Mendes e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)”.
Na fala do Fernando Haddad, os partidos de esquerdas e movimentos populares precisam atuar neste curto período para barrar o avanço do fascismo promovido pelo atual governo, e que o desafio posto é transmitir de forma clara e objetiva para a sociedade este problema, para que ela se aproprie dos riscos que estão envolvidos num futuro próximo.
“Se não atuarmos de maneira adequada nós corremos o risco de colocar muita coisa a perder. Isso vale para a própria democracia, do patrimônio público acumulado durante gerações, da estrutura estatal, os direitos básicos, veja que está havendo corte na saúde e educação já no ano que vem em proveito do orçamento para as forças armadas, tem uma escalada militar em curso no Brasil, sabe Deus com qual objetivo, talvez com objetivo de criar instabilidade no continente americano, enfim, a muita coisa a perde. Estamos presos ao curto prazo e não conseguimos agir para garantir que não haja perdas maiores, pode ser motivo de lamento se não agir no tempo certo, é hora de agir, pois, temos pouco tempo e muitos riscos envolvidos”.
Ainda durante a live, com diversas perguntas vindas das coordenações do MPA de várias parte do país foram sendo pontuado a importância de um projeto popular para o Brasil para derrotar o neofascismo. Uma pergunta central feita por Luana, do Estado Pará, fez que vários elementos fossem abordado. Como a produção a produção de alimentos saudáveis pode interferir no processo de reorganização social e político do país. Tendo em vista o avanço permanente do agronegócio?
Em resposta Tarso Genro apontou.
Essa questão da circulação das relações cidade-campo contrariamente ao que ocorreu nas transformações revolucionaria da china, cuba, na união soviética devem ser instituída não posteriormente a modificação do regime social e político, seja reformista forte de caráter socialdemocrata, ou seja, eventual pretensão socialista, pra me está no mesmo contexto, não haverá projeto socialista no Brasil sem que nos podemos resgatar a discussão originaria do começo do século passado, o que separou socialdemocracia do socialismo do chamado marxista leninista.
Desde agora, dentro do regime capitalista, do modelo que vivemos é necessário articular relação cidade-campo com base na produção diferencial de alimentos saudáveis vindas do campo, que deve ser imagem central na nossa sustentabilidade alimentar com as massas populares da cidade, com suas cooperativas de compra, nas suas formas de aquisição do mercado, de colocação no circuito comercial de instituição diretamente vinda destes movimentos para oferecer esses alimentos, porque essa relação política de cidade-campo dentro de um projeto democrático moderno hoje não se faz fora do mercado, não se faz somente pela política, ela se fará – se ocorrer de forma de maneira aperfeiçoada – por dentro das relações mercantis, que deve ser ocupada por esses movimentos para estabelecer essas relações de solidariedade consciente, então eu digo, isso é uma questão estratégica de um outro projeto de nação.
Em resposta Fernando Haddad
A constituição brasileira prevê um instrumento para as cidades pouco utilizado, nós utilizamos em São Paulo logo que aprovamos o Estatuto da Cidade, que é o IPTU progressivo no tempo, o que significa isso, que o imposto predial e territorial urbano, das propriedades sem função social vai subindo a cada ano, a liquota do imposto, até o momento que o proprietário perde o imóvel. No nosso programa de governo de 2018, nós incluímos o ITR (imposto rural) progressivo no tempo, porque fizemos isso, porque temos que acabar definitivamente com a especulação da propriedade da terra no campo, não tem cabimento o que estar acontecendo no Brasil, essa grilagem que estar acontecendo, as pessoas pensa que isso ai é para produzir alimento, e não tem uma coisa com a outra, o desmatamento da Amazônia estar acontecendo para favorecer os grileiros que vão se beneficiar da madeira extraída e depois provável vão criar gado a espera de valorização.
Estar demonstrado já que podemos fazer reforma agrária sem desmatar a floresta, nós podemos socializar as propriedades menores nos valendo das terras desmatadas e improdutiva que é enorme, temo uma manancial de terra desmatamento no Brasil que estar na mão de grileiro, então eu acho que a gente tem que pensar a questão do alimento associada com a questão da propriedade no campo, temos que repactuar no campo essa questão da propriedade para oferecer a mais famílias a oportunidade de produzir, inclusive com acesso a técnica e a crédito que hoje ainda é escasso no meio rural.
Não tem acesso a terra como deveria, tem um manancial enorme de desenvolvimento de segurança alimentar como nossos governos demonstraram – quando Tarso era ministro, houve da parte dele e governo do Lula e continuada por me – uma política de valorização da merenda escolar, para combate a desnutrição e combate a nutrição equivocada, não é só o combate a subnutrição, pois tem também, a mal qualidade da alimentação, ao ponto de nós determinamos que 30% da verba para merenda escolar deveria ser destinada a aquisição de alimentos proveniente da agricultura familiar e em SP, aprovei que uma lei que fosse gradualmente, incluindo alimentação orgânica sem agrotóxicos. Ou seja, existe uma dinâmica de compra governamental – seja para compra de livros, de computador alimentos, que pode direciona o desenvolvimento de uma maneira muito rica.
Nosso programa de transporte escolar que visava substituir os paus de araras por ônibus padronizados que hoje tem no Brasil inteiro foi uma política do governo Lula, tudo isso foi feito na mesma quadra histórica, de coloca o Estado a serviço da produção e socialização de novos métodos de produção de novos métodos de organização.
E tudo isso foi se perdendo tempo ao ponto de hoje, está invertido, se favorece a concentração , se favorece a grilagem, se favorece o desmatamento, se favorece inclusive ao agronegócio numa perspectiva contraria ao próprio agronegócio ao longo prazo, porque com essa coisa de desmatar e liberar agrotóxicos o que vai acontecer a médio e a longo prazo é que vai perder mercado, ou seja, não é inteligente nem no ponto de vista do agronegócio, então, estamos numa linha muito equivocada, o atual governo e ministério de agricultura quanto ministério do meio ambiente estão promovendo uma destruição, então temos com dialoga com a sociedade o quanto que estamos perdendo com políticas públicas que já foram realizadas, mas, pior do que isso, estamos perdendo uma perspectiva de desenvolvimento sustentável da nossa agricultura com a valorização do pequeno agricultor.
Confira na live, mais elementos que foram agregado neste debate.
https://www.youtube.com/watch?v=Z10bUxYcUSc&feature=youtu.be
Escrito por Érica Anne Oliveira
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