13 de outubro de 2023
Yago Monteiro
Acampamento Juventude em Luta
“Juventude em luta, por terra e soberania popular!”: com esse grito de vozes em sincronia e mobilizadas por mudanças, teve início nesta sexta-feira (13/10) o Encontro Nacional da Juventude do Campo, das Florestas e das Águas, que acontece até a próxima terça-feira (17) no Ginásio Nilson Nelson, que fica em Brasília, no Distrito Federal. O evento de debates plurais pelo protagonismo da juventude nas lutas sociais e de garantia de direitos começou com a mesa “Análise de Conjuntura Nacional e Internacional”, apresentando diversos aspectos da realidade atual , com o objetivo de despertar novos olhares e amplificar debates entre os jovens dos movimentos populares que constroem coletivamente a Via Campesina no Brasil.
Os temas apresentados na mesa de abertura incluíram a precarização dos modos de vida sob o sistema capitalista, as afetações das guerras internacionais, o aquecimento global, as violências sofridas pelas mulheres, pessoas negras, periféricas e LGBTQIA+, além da importância da união para a construção de pautas essenciais para a luta de classes e alcançar mudanças.
A mesa foi iniciada por Danielle Moraes, mestre em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, além de articuladora política e escritora. Ela ressaltou a crise internacional que atravessa as relações de poder, pontuando como isso chega a diversos grupos sociais.
“Estou muito honrada de estar aqui e reconheço a importância de aprender com mulheres quilombolas, ribeirinhas, do MST e de outros movimentos. Estamos em um contexto de guerra, com países apoiando Israel no genocídio da Palestina, mostrando que a crise é de gente e não só política. Israel é o maior produtor de armas do mundo e elas chegam a quem mata gente no campo, na favela e em todos os cantos. Apesar de termos um Governo Federal comprometido, disputas e violências continuam acontecendo, porque o poder e o domínio sobre a terra continuam. Que tenhamos um horizonte melhor, vivendo a ausência dos conflitos e consigamos de fato o bem-viver para todos”, destacou.
Daiane Araújo, vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e parte do Levante Popular Juventude, reforçou o papel da mobilização coletiva por mudanças e o momento favorável às pautas apresentadas.
“Estamos organizados porque acreditamos na construção da nossa realidade, da revolução brasileira, com linhas justas de preparação da juventude e do povo em geral. Somos atravessados pelas contradições do capitalismo, que está em crise profunda e reordenação, tentando nos explorar cada vez mais. Tivemos um golpe e a extrema direita provocou um retrocesso gigante, onde nós defendemos e conseguimos uma vitória com a eleição de Lula em 2022, fruto da organização popular e dos movimentos sociais. Hoje, conseguimos mobilizar jovens de todo o Brasil e debater propostas para a reconstrução e avanços”, afirmou.
Gilmar Mauro, dirigente do Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina encerrou a mesa de diálogos. Ele abordou as crises geradas pelo capitalismo em várias áreas e os prejuízos às camadas mais vulneráveis da população.
“Vivemos um momento de crises que se conjugam, com agravantes sociais, políticos, éticos e ambientais, parte do modo capitalista de produção. Estamos em uma espécie de necropolítica que condena jovens, negros e pobres em várias esferas, onde mais de 700 mil pessoas morreram no Brasil pela Covid-19, parte do negacionismo e do fascismo. Estamos contaminando a terra e as águas porque o capital é se acumular e expandir permanentemente, transformando tudo e todos em matéria-prima e devolvendo lixo. Por isso, nossa única alternativa é combater a ordem do capital, organizando a juventude do campo e da cidade para seguir com a luta de classes”, concluiu.
A juventude presente na primeira mesa do Encontro Nacional destacou o papel fundamental das contribuições e reflexões apresentadas. Tawan Marciano, de 23 anos, da Brigada Joaquín Piñero,
“Eu adorei essa primeira mesa e fiquei especialmente feliz pela presença da Danielle Moraes que me cativou pela forma que ela conduziu o diálogo, mostrando que precisamos lutar, saber que temos que nos mobilizar, mas que também é preciso ter consciência do que está acontecendo, tanto no panorama internacional quanto nacional. Assim, vemos como isso influencia de várias formas os processos dos movimentos sociais no Brasil”, disse o jovem.
Verônica Gama, do MST do Piauí, garantiu que a atividade provocou trocas importantes.
“Achei muito bom esse momento, ouvindo e refletindo sobre vários temas. Todos falaram sobre coisas muito importantes e atuais, vendo questões sérias que passam também pelas pessoas pretas e LGBTQIA+. Estamos aqui para lutar e combater várias questões sociais e tenho certeza que juntos vamos conseguir”, acrescentou.
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