4 de agosto de 2023
Marcos Antonio Corbari
MPA Brasil
Sendo realizado no icônico Instituto Cajamar, escola de formação sindical fundada em 1986 por organizações da classe trabalhadora, o XIX Congresso Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP) teve abertura nesta sexta-feira (3) com a Eleição da Diretoria Colegiada da FUP e Conselho Fiscal para o período 2023-2026. O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) está representado pelos dirigentes Humberto Palmeira e Anderson Amaro, bem como pelos alimentos saudáveis e demais produtos do campesinato que estão sendo expostos no espaço do evento.
Os sindicatos filiados à FUP inscreveram um total de 259 delegados e delegadas. Destes, 104 estavam presentes no local do evento e o restante participava virtualmente, com os mesmos direitos garantidos. A nova diretoria colegiada da FUP, que conduzirá as lutas da categoria pelos próximos três anos, reelegeu o coordenador Deyvid Bacelar, enaltecendo a importância do papel exercido pelo dirigente petroleiro durante o período mais duro do governo de extrema direita encerrado após as eleições de 2022.
A Diretoria conta ainda com: Secretaria de Administração e Finanças, Sérgio Borges e Cibele Vieira; Jurídico e Institucional, Tezeu Bezerra e Juliano Deptula; Seguridade e Aposentados, Paulo César e Antônio Alves; Comunicação e imprensa, Paulo Neves e Patrícia de Jesus; Formação Política e Sindical, Elizabete Sacramento e João Henrique; Segurança, Meio Ambiente e Saúde, Míriam Cabreira e João Felchak; Setor Privado, Pedro Lúcio e Diego Liberalino.
Como suplentes foram apontados os nomes de David Leal, Alex Guilherme, Bárbara Bezerra, Raimundo Teles, Artur Ragusa, Albérico Filho, Cláudio Nunes, Acácio Carneiro, Ademir Silva, Reinaldo Oliveira, Nalva Faleiro, Pedro Augusto, Felipe Paiva, Rogério Almeida, Nísio Hoffman. Já no Conselho fiscal, entraram como membros titulares, Soedna Alves, Joacir Pedro e Cristiane Fogaça. Como suplentes do Conselho Fiscal, ficaram Francisco Ramon, Deborah Simões e Adson Matos.
Bacelar, em seu pronunciamento, logo após a confirmação da aprovação da chapa, ressaltou que o processo é fruto de 4 categorias petroleiras, garantindo a unidade. Enalteceu ainda, além da representação das diversas forças sindicais que compõem o movimento petroleiro, a importância de ter se construído paridade de gênero na proposição dos cargos e na condução das tarefas.
“Estamos unidos e unidas em uma única entidade, tivemos um processo de separação um tempo atrás, mas hoje temos motivos de sobra para ter uma única Federação dos petroleiros e petroleiras”, apontou. Para Bacelar, é imprescindível que todos possam caminhar para unir a categoria de verdade, em uma única entidade: “Esperamos ter sobriedade e capacidade de dialogar, de ter divergência, ter a tese e a antítese para construir a síntese, para chegar em 2026 e eleger uma única entidade, nacional, de todos os petroleiros e petroleiras”.
Após ouvir palavras de ordem de todos os presentes (e também dos muitos e muitas que participavam online), com especial destaque para o mote “defender a Petrobrás é defender o Brasil”, o coordenador reeleito agradeceu e comprometeu-se: “Muito obrigado pela confiança e pela capacidade de dialogar e construir essa chapa unitária, que vai conduzir a categoria, dialogando com os outros sindicatos, para que tenhamos melhorias, retomadas dos direitos, retomada dos ativos que foram privatizados em governos anteriores”. Lembrando o slogan do governo Federal – União e Reconstrução – fez questão de afirmar que “a luta continua”.
“A Petrobrás é a maior e mais importante empresa do nosso país, que assegura a nossa soberania”, afirmou Anderson Amaro, da direção nacional. Para o dirigente camponês, o CONFUP deve ter também presente o sentimento de celebração da resistência, especialmente depois dos 6 anos de desmonte do país, das violações contra a classe trabalhadora e das tentativas sucessivas de destruição da Petrobrás praticada pelos governos Temer e Bolsonaro. “Convivemos nos últimos anos com tentativas vergonhosas de destruir e privatizar, com o processo de destruição das políticas públicas, com o retorno do espectro da insegurança alimentar e da fome que chegou em diferentes intensidades aos lares de mais de 120 milhões de brasileiros”, apontou Amaro.
Acerca da aliança camponesa e operária, empreendida desde muitos anos pelos pequenos agricultores e agricultoras e a categoria petroleira, Amaro destacou que já há sinais positivos que podem ser registrados: “Conseguimos, ainda timidamente, algumas primeiras vitórias nessa luta contra o fascismo, retomando por exemplo programas importantes para a produção de alimento saudável, ao que reafirmamos nosso compromisso como camponeses e camponesas de continuar produzindo alimento e alimento bom para todo povo brasileiro”. Registrou ainda a participação da FUP como parceira dos movimentos sociais do campo que estão irmanados na construção de uma Plataforma Camponesa, que tem como objetivo a construção de uma política pública séria para que o campesinato tenha condições ideais de produção de alimento diversificado e o povo brasileiro tenha canais de aceso ao alimento saudável produzido.
O evento, que tem como tema “Energia para renovar o Brasil”, é realizado no Instituto Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. O congresso ocorre em um momento significativo para a categoria petroleira e a classe trabalhadora de forma geral, com o restabelecimento de um governo democrático e o início da retomada de direitos e conquistas sociais que foram violentamente atacados e desmontados pela ultra direita.
Para acessar mais informações e a programação completa do evento, clique aqui.
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