1 de fevereiro de 2017
Os dois times no primeiro e segundo tempo deram o máximo para conquistar a taça e outros prêmios em disputa, no entanto, o placar continuou zero a zero. Nos pênaltis decidiu-se o campeão, com o placar de 2 para as Várzea Nova e 1 para Varginha, sendo assim, o time da casa tornou-se campeão do torneio, Várzea Nova foi o campeão do III Campeonato.
Dentro da proposta de melhoria da qualidade de vida das famílias camponesas, o futebol é um dos principais esportes desenvolvido nas comunidades rurais e deve ser fortalecido. Deve ter o envolvimento dos jovens. Dessa maneira, a organização garante o debate sobre a permanecia no campo das famílias, sobretudo dos jovens. Com objetivo fazer com que o êxodo rural deixe de ser uma realidade, principalmente, para as famílias camponesas que vive no nordeste.
Tendo em vista a importância do tema, o coordenador do campeonato Intermunicipal de Futebol Society do MPA-BA, Romilson Souza, fala sobre a importância do campeonato e afirma:
“O objetivo que o campeonato atende como prioridade dentro das comunidades é fortalecer o movimento. Uma vez que o desafio é levar o movimento para além das lutas, reivindicações e projetos, mais também envolver a juventude e também os mais velhos que tenha interesse no esporte. No III Campeonato, a gente percebe que as pessoas estão mais envolvidas, há entusiasmos das comunidades que tem se desafiado a se organizar melhor no esporte, principalmente no futebol. No futebol amador as comunidades tem se envolvido não só com objetivo de competir, de envolver a juventude, mais também de participar do evento, dos torneios. É de grande importância esse evento na região, aqui no nosso meio estava faltando. A gente ver que em outros municípios, em outras localidades tem muito envolvimento no esporte, campeonato, torneios, aqui na nossa região não tinha esse foco de chamar as comunidades para participar de eventos mais expressivo, além dos “babas” final de semana. Os aspectos culturais geram articulação entre as comunidades, gera renda para as famílias da localidade que sedia o evento. Muitas pessoas da região têm vindo participar do campeonato e veio conhecer o movimento a partir do evento.”
Após a realização de terceira Etapa do Campeonato, está sendo possível observar e entender os desafios postos para a construção deste evento, assim relata o coordenador:
“Desde inicio, tinha um grupo que organizava e pensava sobre o campeonato do MPA, a ideia inicial era criar num campeonato intermunicipal na região, que a gente pudesse envolve os municípios circunvizinhos onde o MPA tem base, tipo Serrolândia, Capim Grosso, Quixabeira, São José, Ponto Novo, Caldeirão, Caém e Jacobina.
Essa proposta se manter de pé e a ideia é que em cada município o MPA possa montar sua equipe, sua seleção de futebol e a gente dispute um campeonato a nível regional, com mais peso, com uma premiação mais expressiva, para que tanto o campeonato ganhar, quanto a comunidade que está sediando o evento. Porque se o campeonato tem uma premiação expressiva, obriga aos organizadores de cada equipe trazer jogadores de alto nível da nossa região, abrilhanta a comunidade e o evento, todo mundo quer assistir um campeonato que tenha jogador de renome na região do futebol amador.
Este é o desafio posto, começamos por Jacobina, pretendemos iniciar em Caém o campeonato municipal. Para quem sabe nos próximos anos a gente fazer o campeonato regional centro norte do MPA, que a gente tenha grandes equipes que se desafie que possa ser prestigiado pelo público da região, envolver os meios de comunicação, este é o desafio que temos a frente.
Romilson ainda observa que alguns dos jovens jogadores tem mostrado interesse em ingressar no futebol profissional. Mesmo que o futebol profissional seja algo concorrido e difícil de ter acesso, não é impossível. Mais ressalta que este tema não é um objetivo do campeonato.
“Na verdade o campeonato não tem esse objetivo de tentar revelar jogadores para um nível profissional, o desafio é envolver a juventude e quem sabe colocar para a região estes jogadores que tem o potencial e que não são conhecidos. No I Campeonato, um rapaz do Junco pouco conhecido veio disputar para uma das equipes e saiu como uma revelação do campeonato. Rapaz de 17 anos tinha o potencial e que a partir daí começou participar de outros eventos, disputar pelo time de Jacobina. A partir do campeonato os jogadores quem tem potencial, tornam-se destaque. O campeonato da visibilidade para os melhores jogadores amadores da região. Este não é o objetivo do campeonato, mais vai que aconteça e algum jogador do nosso campeonato possa ingressar no futebol profissional, seria bom.
O que queremos é que os jogadores do campeonato deem o seu melhor no campo. O queremos é resgatar o futebol amador da nossa região e apresentar o MPA. Para que as pessoas possam entender que o movimento tem suas pautas dentro do esporte, começamos pelo futebol porque é o esporte predominante nas nossas comunidades, queremos organizar o futebol não só o masculino, mais queremos também time de futebol feminino e outras modalidades de esporte”.
Neste sentido, pode-se relacionar o tema esporte, cultura e lazer com a permanência dos jovens no campo. Este é a junção que o coordenador faz para o entendimento que no campo é um lugar bom se viver. “O que precisamos para os jovens é garantir as condições de trabalho, criar formas de geração de renda. Para além dos trabalhos na Unidade Camponesa são importantes eventos que motivam e que envolva as comunidades, que anime os grupos de jovens e desperte a vontade de ficar no campo. Estes eventos aumentam a autoestima, gera renda, deixa o campo um lugar melhor de se viver e todos esses elementos é parte fundamental para a permanência do homem, mulher e jovem ficar no campo”.
O esporte é uma importante atividade de interação, de encontros das famílias camponesas. Na final do campeonato, na noite do sábado teve forró e muita diversão. As vidas nas comunidades camponesas devem ter como aliadas a uma agenda cultural com teatro, música, atividades de partilha, mutirões e etc. e dessa forma poder garantir a qualidade de vida camponesa pela qual tanto lutamos.
Por Comunicação MPA
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