15 de outubro de 2020
JORNADA DE LUTAS CONTRA A FOME, POR SOBERANIA ALIMENTAR – Sobre a Educação e a Soberania Alimentar
Celebremos todas e todos o 16 de outubro Dia Mundial da Alimentação, para isso o MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores convida a sociedade para a realização da JORNADA DE LUTAS CONTRA A FOME, POR SOBERANIA ALIMENTAR entre os dias 12 à 17 de outubro, o Coletivo de Educação Camponesa ficou responsável pelo dia 15 de outubro, sob o tema: Da Educação Camponesa Germinará a Soberania Alimentar.
Para falar de soberania alimentar é falar tanto de nossa produção de alimento saudável, quanto defender a agroecologia camponesa, pois reúne os saberes camponeses que libertaram o povo da fome. Não podemos deixar de retratar que os camponeses (as) em sua diversidade de comunidades quilombolas, ribeirinhos, índios. Aqueles que vivem da agricultura tiveram e ainda tem que constantemente que resistir as ameaças ao seu direito à terra e pela soberania de seus territórios.
Desde o surgimento da população, e a partir de sua compreensão de sociedade com a descoberta da agricultura (nesta condição vale ressaltar, a importante da participação da mulher nesta descoberta), vivem em constante LUTA PELO TERRITÓRIO, já lhes conquistado por mérito, e que por último vem sendo em muitos casos retirados das mãos dos camponeses, para esta população a terra, o território são de suma importância para a sobrevivência, produção e reprodução de sua cultura e as práticas de soberanas de produção de alimento.
Historicamente os camponeses(as) são violentamente expropriados de suas terras, os poderosos usam de seus instrumentos sujos para desterritorializar povos em nome do lucro, restando em alguns casos as áreas de mais difícil acesso (remotas). Mesmo assim o campesinato conseguem produzir mais de 80% do alimento que vai para mesa dos brasileiros. Em seus territórios, onde consolidar as comunidades camponesas e suas diversidades a sobrevivência acontece pela relação com a terra e seus saberes passando de geração para geração, esses camponeses(as) vivem o desafio da “educação letrada”, uma excluídos de politicas publicas educacionais contextualizada, seja por estarem em comunidades remotas, distantes da cidades (centro da visão dos gestores públicos), onde por ventura se concentram mais escolas. Muitos camponeses historicamente privados do “direito” de estudar, muitos deles não tiverem condições de acessar a escolarização publica, por obstáculos estruturais como distancia e mobilidade ou por questões de projeto educacional que negue a condição camponesa. Uma pequena parte com mais condições financeiras buscaram suprir em parte a ausência do direito do ensino publico de qualidade, buscando na rede privada ao mínimo uma escolarização.
Essa falta de acesso a escolaridade, do “saber letrado” se deu por muitos anos aos camponeses (as), (até o momento que com muita luta, se foi conquistado uma ampliação do quantitativo de escolas em algumas comunidades camponesas), na atualidade algumas comunidades camponesas em nível de Brasil já vivenciam o ensino formal, a educação no e do campo e a pedagogia da alternância, porem ainda com inúmeros desafios como: desmonte das politicas publicas, fechamento de escola no campo ainda como triste realidade neste últimos anos, falta de dialogo das gestões com as comunidades, fatos que persistem limitando e desestimulando a conquista de fato ao ensino escolar. Devemos retratar que mesmo os camponeses tendo a condição letrada limitada, o processo de educação vai muito mais além da escola, a construção coletiva do conhecimento e a leitura de mundo se dá nas comunidades, e é muito rica (questão que defendemos dever ser melhor aproveitada em ambientes escolares, um dialogo de saberes). Essa educação camponesa gera a compressão de si, enquanto classe e de seu papel social e interação ser humana nos agro ecossistemas do campo, das aguas e das florestas. Saber trabalhar isso de forma dialógica é reconhecer o Biopoder camponês, conseguir compreender como se faz o processo de plantio, manejo agroecológico, e produção de um alimento saudável e socialmente justo, isso acontece diariamente por muitas pessoas que por responsabilidade do Estado foram privadas da condição letrada, mas detentoras de experiências e conhecimento construídos de camponês à camponês, de geração para geração, de fato isso é fantástico. Temos que retratar a importância da educação popular, construindo trabalhos de base mesmo aos sem condições letrada, educadores e educadoras junto aos povo fortalecendo a chama desses diversos conhecimentos através dos tempos, mantendo viva a cultura: cantigas de roda, crenças religiosas, causos, saúde pelas plantas, mutirões, enfim todo tipo de conhecimento que garante a sobrevivência e a resistência daquela comunidade e sua soberania territorial como também a soberania alimentar.
A compreensão letrada, ou o direito à escola faz muita diferença no processo de construção camponesa, mesmo alguns camponeses (as) não precisando de diplomas para alimentar o mundo, não podemos desmerecer a sua importância do ensino formal, para os camponeses esta condição letrada leva-o a uma condição de auto estima muito elevada, ao sentimento de conquista de direito, uma independência dialógica com os livros e com o conhecimento já produzido na historia da humanidade, experiências negadas e que inda lhes prendem a algo ou a alguém.
O ser camponês de fato é uma construção diferenciada por se reinventar no processo histórico, econômico e tecnológico. Ele continua se produzindo e reproduzindo mesmo em condições remotas, descobrindo formas de sobressair coletivamente das crises, de produzir alimento para ele e seu grupo como também para aqueles que não têm essas condições, inclusive em quantidade e qualidade superior aos falsos milagres do capitalismo em modelo de produção.
Garantir condições de escolaridade aos camponeses é necessário e urgente, pois essa classe é o fundamento que mantem o equilíbrio o ambiente natural para geração de comida de verdade e a nossa sobrevivência enquanto sociedade. Não queremos apenas acesso queremos uma educação que dialogue com as nossas necessidades que respeite o vinculo com a natureza e seus ciclos.
Pensar em educação, soberania e projetar o futuro é construir homens e mulheres com um olhar humanista e coletivo que compreende o trabalho numa dimensão muito maior do que o emprego prezando pela autonomia pela emancipação construindo ferramentas de subsistência bem como de superação de tarefas históricas acumuladas pelo campesinato.
Educação é semente de soberania, onde da consciência dos trabalhadores e das trabalhadoras é a terra fértil onde brota o conhecimento coletivo por justiça, a agua nos move à serviço da vida, e a vida não se negocia com o capital. A gente se alimenta da produção da cultura do ar das diferentes manifestações que nos torna campesinato.
Acessa aqui a Carta aos educadores/as da classe trabalhadora.
ANEXO MPA 15 OUT 2020 Carta aos educadores e educadoras
Viva a soberania alimentar
Viva a educação
Coletivo Nacional de Educação Camponesa do MPA
#ContraFomePorSoberaniaAlimentar
#MovimentodosPequenosAgricultores
#reajacontrafome #alimentoéumdireito
#outubrodelutas #JornadaMPA #EsTiempoDeTransformar #SoberaníaAlimentariaYA
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