8 de dezembro de 2017
Grevistas entraram no quarto dia sem receber alimento e manifestações públicas de apoio multiplicam-se em todo país e até no exterior.
A frase tem se repetido como um mantra do bem contra a covardia do governo golpista que insiste na reforma trabalhista que castiga trabalhadores e trabalhadoras, mas mantém privilégios das classes mais abastadas: “Estamos passando fome hoje, para evitar que muita gente passe fome por uma vida inteira”. Assim Frei Sergio Görgen (RS), Josi Costa (PI) e Leila Denise (RO) entraram no quarto dia de greve de fome contra a reforma trabalhista, vendo se multiplicar de norte a sul do país e na América Latina, as manifestações de apoio e solidariedade ao ato e a causa. A expectativa é de que ao longo dos próximos dias a pressão da população sobre os deputados e deputadas de todos os partidos se fortaleça para que a matéria seja retirada de pauta pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Representantes de organizações sociais, movimentos populares, partidos políticos alinhados à oposição e até parlamentares de outros partidos que individualmente não concordam com o projeto do governo golpista somaram força ao ato dos três camponeses, o que foi reafirmado na manhã de ontem (07) em entrevista coletiva concedida ainda nas dependências da Câmara, cuja mensagem final foi o chamado de uma grande vigília nacional em solidariedade aos grevistas mas principalmente em demonstração pública de contrariedade com os rumos que o governo tem dado ao país.
– A cada dia vivemos um novo golpe, que carrega de ônus sempre a classe pobre enquanto os bônus seguem sendo entregues a classe rica -, refletiu Josi Costa. “Queremos dizer que estamos fortes e encorajados com tantas manifestações de apoio que estão chegando, por isso decidimos manter a greve por tempo indeterminado, até que a reforma da previdência caia”, acrescentou. Para a grevista, que vem do estado Piauí, a reforma não atinge apenas os camponeses, mas todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. “E é por todos que estamos lutando, até por aqueles que estão iludidos pela propaganda do governo e se colocam contra nós, nós também lutamos por eles, porque logo a fome também vai bater na porta deles e nós não queremos ver ninguém passando por isso no nosso país”, concluiu.
Leila Meurer, que vem de Rondônia, destaca que a greve de fome é extrema, mas que também existem outros conflitos extremos que estão acontecendo e colocando a vida de milhões de brasileiros em jogo, “por isso nós colocamos as nossas vidas a disposição nessa luta”, afirmou. Na sua declaração pessoal, relembrou que já se congelou e retirou recursos da saúde e da educação e agora se quer restringir o acesso do trabalhador e da trabalhadora à previdência social. “Estamos dispostos a continuar essa greve, é uma decisão nossa, amparada pelos nossos companheiros e companheiras, pelo coletivo de muitas organizações que vem se somando”, confirmou a grevista, lembrando ainda que foram necessários muitos anos de esforço para tirar o Brasil do Mapa da Fome e em menos de dois anos o governo golpista trouxe a fome de volta à porta do povo brasileiro.
O religioso franciscano Frei Sérgio, que reside em um assentamento no Rio Grande do Sul, explicou que a greve de fome além de ser um instrumento simbólico de luta, é uma opção de meio de denúncia que o campesinato encontrou para demonstrar a toda sociedade brasileira, de forma pedagógica, o que vai acabar acontecendo para milhões de brasileiros e brasileiras justamente no momento de sua vida em que se encontrarão em estado de maios fragilidade, na velhice, quando mais se precisa do amparo do estado para garantir condições mínimas de seguridade para uma vida digna. Sérgio seguiu sua fala respondendo a parlamentares de extrema direita que no conforto do plenário tentaram menosprezar o ato dos representantes do MPA: “O nosso sacrifício é um nada perto do sacrifício de milhões de pobres do nosso país, pelo que já está acontecendo e pelo que vai acontecer se essa reforma passar, não devem se preocupar com a gente pelo que estamos fazendo aqui, devem se preocupar com todas as pessoas, para que tenham um mínimo de solidariedade humana”, declarou. “Nós somos seres humanos e se perdermos a solidariedade nós viramos um nada, uma espécie de lixo, sem sentido de ser”, emendou.
Após a entrevista coletiva, que a seguir já repercutiu em dezenas de meios de comunicação de todo o país e até no exterior, os grevistas e a equipe de apoio se deslocaram até a sede da Federação Nacional dos Jornalistas, na asa norte da capital federal, onde ficarão instalados durante o final de semana, para na segunda-feira retornar à Câmara. “O povo brasileiro vai vencer essa reforma, nós estamos fazendo nossa pequena e humilde parte nesse esforço”, afirmou Sérgio, reafirmando que a iniciativa de iniciar a greve de fome foi de cada um dos grevistas, mas que o encerramento da mesma depende da vontade dos parlamentares, em especial de Rodrigo Maia, presidente da casa, quando anunciar que essa reforma não vai ser votada.
A coordenação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) manifestou-se reforçando o apoio aos grevistas e pedindo a todos os trabalhadores e trabalhadoras que se mantenham em vigília, que pressionem os parlamentares e as lideranças políticas locais nos quatro cantos do país para que se manifestem. “Quem votar, não volta”, é o recado que o povo deve dar neste momento aos parlamentares que em 2018 vão ser submetidos ao julgamento público das urnas.
Por Comunicação MPA
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